Projeto auxilia produtor de café a controlar pragas como o bicho-mineiro

Imprimir

Projeto “MIP do Café” da Bayer e da agritech SIMA monitorou 169 fazendas para entender o comportamento de doenças e adaptar o manejo

A dois meses de ‘fechar’ a colheita do café, o produtor ainda se mantém atento para evitar qualquer tipo de praga contra o grão, especialmente duas capazes de causar prejuízos bilionários: o bicho-mineiro e a broca do café.

Para entender como evitar esse tipo de doença na cultura do café, desde outubro do ano passado a Bayer em parceria com a agtech Sima – Sistema Integrado de Monitoramento Agrícola – , desenvolveu o projeto piloto “Manejo Integrado de Pragas (MIP) Café”, para monitorar no Brasil o comportamento das duas pragas.

monitoramento foi feito por meio da instalação de ‘armadilhas’ no campo, que capturavam as pragas, além da assistência presencial da equipe da Bayer, com contagem quinzenal de espécimes e de análise de plantas. Os resultados se transformaram em relatórios em um aplicativo que ajuda o produtor a entender a complexidade das doenças.

Para monitorar todas elas foram realizadas mais de 1.061 visitas a campo. “Acreditamos que para o primeiro ano conseguimos levar de fato esse olhar de monitoramento e uso racional e de alta performance, com excelentes resultados”, disse em nota o gerente de Field Marketing Café da Bayer, Rodrigo Silva.

As indicações sobre o que fazer no cafezal ficaram disponíveis em um aplicativo desenvolvido pela SIMA, que funcionou como um banco de dados. “O projeto MIP veio para trazer dados em tempo real para tomadas de decisões mais assertivas, tanto em uso de nossas tecnologias, como recomendação de um manejo integrado de pragas mais eficiente”, acrescentou Silva.

O especialista explica que o piloto deverá ser expandido para outras regiões produtoras, ampliando o raio de armadilhas das pragas para ajudar a entender o comportamento das pragas no país.

O bicho-mineiro causa danos nas folhas do cafeeiro e as larvas reduzem a capacidade fotossintética da planta, o que pode gerar uma queda na capacidade produtiva do cafezal de 50% até 80% em casos mais severos.

Já a broca-do-café é causada por um besouro que ataca diretamente o fruto, e em seu interior se reproduz, causando danos da qualidade e rendimento da produção.

De acordo com a Bayer, o bicho-mineiro é responsável por cerca de 30 a 70% de perdas na produção de café, afetando diretamente a qualidade dos grãos.

Como funciona o aplicativo

A plataforma da Sima é acessada via smartphone e possibilita cadastrar as novas armadilhas, acompanhar o monitoramento com descrição exata do talhão, nome da fazenda e do produtor, seu estado e cidade.

Em cada monitoramento é adicionado na plataforma diversos dados, como por exemplo, a condição da armadilha e contagem de mariposas encontradas. Os relatórios contêm ainda alguns indicadores, como informações georreferenciadas, análise de frutos brocados e porcentagem de folhas afetadas.

O app permite o registo fotográfico com a data e a hora que são preenchidas automaticamente após salvar as informações. “Tudo que a gente pode monitorar dentro de todas as fases destes dois insetos, acompanhamos gerando diversos dados das fazendas”, apontou Maurício Varela, engenheiro agrônomo e co-fundador da agritech.

O objetivo é fazer o controle biológico e assegurar os bons resultados já projetados pela Conab de um crescimento de 7,5% da safra de café se comparada ao ano de 2022. A estimativa é que a colheita chegue a 54,74 milhões de sacas.

Fonte: Globo Rural