14 de abril, Dia Mundial do Café

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Celebrado anualmente no dia 14 de abril, o Dia Mundial do Café é uma homenagem à bebida mais consumida no mundo, depois da água. O fruto, saboreado a partir de seus grãos torrados, oriundos da árvore cafeeira, é tradicionalmente preparado a partir da infusão com água quente. Além de possuir ações nutracêuticas, segundo especialistas, ligadas à qualidade de vida e ao bem-estar, o momento do café, presente no dia a dia da maioria das pessoas, é considerado revitalizante.O Brasil é, atualmente, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o maior produtor e exportador de café do mundo e segundo maior consumidor, perdendo apenas para os Estados Unidos. O produto é consumido por nove entre 10 brasileiros, com idade acima de 15 anos. Segundo os indicadores da ABIC, o consumo da bebida no País cresceu ainda mais após a chegada da pandemia de covid-19, com alta de 1,71%, entre novembro de 2020 e outubro de 2021, comparado ao mesmo período analisado no ano anterior, onde também houve ascensão de 1,34% com relação a 2019.

A origem da instituição da data para celebração da bebida, em âmbito mundial, entretanto, é desconhecida. Além disso, cada nação criou o seu próprio dia para enaltecer a temática. Nesse sentido existe, ainda, no Brasil, o Dia Nacional do Café, celebrado em 24 de maio, mês em que marca a época da colheita do grão. E, ainda, em nível universal, existe também o Dia Internacional do Café, comemorado em 1º de outubro.

Benefícios

De acordo com o barista Pablo Jaime, proprietário da cafeteria goiana Estação 14, situada em Goiânia, além de saboroso, o café é um alimento funcional e estimulante, chamado por nutricionistas de nutracêutico. Isso porque, segundo o especialista em cafés de alta qualidade, trata-se de um produto que, se consumido em quantidades moderadas, influencia na prevenção de doenças físicas, mentais e até mesmo degenerativas.

“Ele acaba sendo um alimento de extrema funcionalidade na manutenção da saúde. Existem várias pesquisas que mostram isso. Por exemplo, ele tem uma série de compostos oxidantes, que ajudam a manter a pele rejuvenescida, ele ajuda a diminuir o risco de desenvolver diabetes do tipo II, doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson”, pontuou. “Para atividades físicas, ele melhora o desempenho, acelera o metabolismo, ajuda a emagrecer, além de aumentar o nível de energia, a função cognitiva e auxiliar no combate à depressão”, acrescentou.

Prevenção

Conforme material publicado no site da ABIC, o principal componente psicoativo do café é a cafeína e os efeitos comportamentais mais notáveis ocorrem após a ingestão de doses baixas a moderadas, entre 50 e 300 mg do composto. A melhora é observada na performance cognitiva e psicomotora, voltados ao estado de alerta, da energia, da capacidade de concentração, do desempenho em tarefas simples, da vigilância auditiva, do tempo de retenção visual e diminuição da sonolência e do cansaço. A publicação salienta, ainda, a eficácia da cafeína no alívio de dores de cabeça, com efeito analgésico, estando presente, inclusive, em composições de diversos medicamentos.

Com relação à depressão, a ABIC destaca para o fato de que vários estudos epidemiológicos descrevem uma associação inversa significativa entre o consumo de café e o risco de suicídio. As razões da associação ainda não estão totalmente esclarecidas. Entretanto, doses moderadas de cafeína possuem, de acordo com a publicação, o poder de interferir positivamente no humor, na disposição, e na performance cognitiva devido ao seu efeito psicoestimulante.

O consumo de café tem-se mostrado eficaz, também, segundo a ABIC, na redução dos riscos de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. Conforme a associação, uma pesquisa publicada no periódico Journal of Alzheimer’s Disease demonstrou que a interação com a cafeína aumentou os níveis de um fator do sangue chamado GCSF, responsável por evitar o progresso do Alzheimer, em camundongos.

Outros estudos observacionais, em humanos, já haviam relatado, conforme a ABIC, que a ingestão diária de café por adultos e idosos diminui os riscos da demência. Para ser eficiente contra a doença, o consumo da bebida pode ter início, segundo a associação, na idade adulta, entre os 30 e 50 anos. O consumo precoce, entretanto, aumenta os níveis de proteção.

Já a respeito do metabolismo, o portal afirma que, de um modo geral, a maioria das investigações indica que indivíduos que consomem pelo menos 4 a 5 xícaras de café por dia podem estar sujeitos a um risco significativamente inferior de desenvolver diabetes tipo II,  quando comparados com indivíduos que consomem 2 xícaras ou menos. Foi verificada, ainda, segundo a ABIC, uma associação inversa entre o consumo de café e a presença de cálculos renais num estudo de caso controle.

Vários estudos realizados em humanos sugerem, ainda, segundo a ABIC, que o consumo da bebida induz a perda de peso por aumento da termogênese, uma vez que é verificado um aumento do gasto energético após a ingestão de cafeína ou café. O produto pode ser incluído até mesmo no cardápio das crianças, de acordo com a associação, em substituição de refrigerantes e outras bebidas que podem causar obesidade, além de predispor a problemas cardiovasculares futuros. Para esse público, o café com leite é considerado a opção mais adequada.

A cafeína é apontada, também, em pesquisas recentes, de acordo com a ABIC, como um importante agente modulador do desempenho em vários tipos de atividades físicas. Além de potencializar a performance durante os exercícios, atuando como estimulante do sistema nervoso, a cafeína aumenta a tensão dos músculos e ajuda na mobilização de substratos de energia para o trabalho muscular. A cafeína estimula o cérebro aumentando o estado de estar alerta, o funcionamento do coração, poupa a glicose do músculo esquelético e aumenta a quantidade de cálcio dentro do músculo, segundo a associação, reduzindo o sono e o cansaço.

Outro ponto de destaque é voltado para doenças respiratórias. Conforme publicação no portal da ABIC, de acordo com estudos epidemiológicos, a probabilidade dos consumidores moderados de café desenvolverem os sintomas usuais de asma é, em média, 30% menor do que os não consumidores, sendo o efeito benéfico significativamente dependente da dose ingerida. Além de efeito broncodilatador, a cafeína também reduz a fadiga dos músculos respiratórios.

Cafés especiais

Existem, no mundo, diversas classificações e formas de preparo do café. Destaque para os cafés especiais que são, de acordo com Pablo Jaime, livres de impurezas e, por isso, ainda mais saudáveis. “O café tradicional, inclusive consta na embalagem, é um café que foi avariado e classificado a partir de impurezas e defeitos. Dentre elas, são consideradas impurezas coisas que estão no café, mas não são café, como pau, folha, pedra, terra, bicho e outros cereais. Já os defeitos são grãos podres, que sofreram ação de praga, murcharam no pé, dentre outras situações”, enfatiza.

Para conscientizar os consumidores goianos a respeito dos benefícios do café, apresentar o conceito da bebida, sua riqueza sensorial, bem como os males que as impurezas podem causar, o especialista, no ramo desde o ano de 2016, promove, de forma mensal, atividades educativas em seu estabelecimento. São exemplos os cursos para entender melhor sobre o fruto e o grão e oficinas de apresentação para os diversos métodos de preparo. Nesse mês em que é celebrado o Dia Mundial do Café, foi realizado, em parceria com outras cafeterias, o Festival de Cafés Especiais, no Shopping Cerrado, com o mesmo intuito.

O especialista salienta, ainda, a importância do hábito voltado para o meio social. “Ao contrário de tomar o café para acordar, têm pessoas que acordam para tomar o café. Passa a ser um momento do dia, associado ao bem estar, a uma pausa, àquele momento do café, que hoje em dia vem influenciando, inclusive, na arquitetura de casas e empresas, que passam a possuir o cantinho do café”, frisou.

Fonte: Agência Assembleia Legislativa do Estado de Goiás de Notícias e foto Freepik