Banco de Germoplasma fortalece melhoria do café

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Responsável pela produção de metade da safra brasileira de café, Minas Gerais tem investido fortemente em pesquisa, difusão e conhecimento sobre a cultura. Desde maio de 2004, um projeto desenvolvido sob a coordenação de pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), organiza amplo Banco Ativo de Germoplasma de Café, instalado na Fazenda Experimental de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba. O projeto, atualmente financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo CNPq e pelo Consorcio de Pesquisa Café, conta com a colaboração de uma equipe de pesquisadores de renomadas instituições de ensino e pesquisa, como EPAMIG, Embrapa Café, Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Desde 2009, por meio da articulação do Polo de Excelência do Café, está em desenvolvimento o projeto para a caracterização morfo-agronômica do Banco de Germoplasma. O banco implantado conta com 1327 acessos e apresenta uma grande variabilidade genética constituída de fontes de resistência a pragas e doenças do cafeeiro. Existem acessos com diferentes portes e arquiteturas de plantas, que poderão ser úteis para o desenvolvimento de cultivares com características adequadas aos tipos de colheita mecânica e manual ou com características específicas de adaptação a novas fronteiras agrícolas ou de qualidade do produto.

O Banco de Germoplasma representa o reservatório de variabilidade genética natural, potencial e indispensável para os programas de melhoramento das espécies cultivadas. Constitui uma coleção de recursos genéticos do gênero Coffea coletados em instituições públicas, empresas privadas e em lavouras particulares nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Os cafeeiros amostrados apresentavam idades variadas, merecendo destaque especial para as seleções de Bourbon, contando com exemplares coletados em lavouras centenárias.

Dentre os acessos, além das seleções de Bourbon, destacam-se alguns materiais dos grupos Caturra, Híbrido de Timor, Mundo Novo, Catuaí, Catimor, Sarchimor, Sumatra, Pacamara, Cera e Guatenano e também alguns derivados dos materiais Dilla & Alghe, BE5 Wush-Wush, S12 Kaffa, S4 Agaro, DK1/6 e outros acessos portadores do fator SH3. Esses acessos foram coletados pelo pesquisador Antonio Alves Pereira, conhecido como Tonico, nas regiões cafeeiras brasileiras e de outros países, em bancos de germoplasma e em outros locais que disponham de algum exemplar que inclua variabilidade genética de interesse. O pesquisador desenvolve amplo projeto de melhoramento desses materiais.

De acordo com a coordenadora do projeto de caracterização morfo-agronômica, Juliana Costa de Rezende, pesquisadora da Unidade Regional da EPAMIG Sul de Minas, o conhecimento da variabilidade genética permite o desenvolvimento de cultivares com características agronômicas e tecnológicas de interesse para manutenção da permanente competitividade e sustentabilidade da cafeicultura brasileira, representando matéria prima imprescindível para os programas de melhoramento genético do cafeeiro. “Somente com a caracterização dos acessos disponíveis é que se pode conhecer suficientemente a diversidade genética preservada”, enfatiza a pesquisadora.

Fonte: Blog Polo de Excelência do Café 

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