Assembléia de Minas debate políticas de fortalecimento para atividade cafeeira

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Nesta segunda-feira (13), audiência pública realizada na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, sob liderança do presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, deputado Antônio Carlos Arantes, debateu políticas para a sustentabilidade da cafeicultura no Estado. Com a presença de deputados, lideranças e cafeicultores, o futuro da cafeicultura esteve em pauta, sobretudo, na busca por soluções que viabilizem uma política estadual comprometida com o setor. Dentre os temas mais debatidos, o endividamento dos produtores, a falta de uma política de renda, a necessidade de um tratamento diferenciado para a cafeicultura de montanha e os desafios de convivência com o passivo ambiental.

Estes quatro temas, em especial, resultaram em requerimentos assinados pelos deputados presentes, que serão enviados ao governador do Estado e ao Congresso Nacional. Em depoimento, o deputado Antônio Arantes ressaltou a importância do setor agropecuário para o desenvolvimento do Estado, reforçando o custo indesejado do êxodo rural na ausência de políticas de sustentação do homem no campo. Conhecedor dos problemas do setor produtivo, o deputado lembrou que sem uma política efetiva de renda, as tradicionais regiões produtoras serão alvo de aquisições de empresas multinacionais. “O investimento no setor agropecuário é uma questão de decisão política, de estratégia para o desenvolvimento do Estado”, pondera.

Na oportunidade, Edinaldo José Abrahão, gerente do Polo de Excelência do Café, apresentou o desafio de articular os setores e aproximar governo, centros de pesquisa e ensino, setor produtivo e empresas, para que da sinergia de objetivos comuns sejam formulados programas estruturantes baseado na retenção de conhecimento e solução de gargalos que atrapalham a competitividade da cafeicultura mineira. Também estava presente o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT/Café), Mário Lúcio Vilela Resende.

Dentre os projetos em andamento, que receberam o apoio articulador do POLO, Abrahão destacou o Bureau de Inteligência, o incentivo ao consumo de café genuinamente mineiro certificado, o incentivo à formação de blends para conquista de novos mercados, a construção do Geoportal do Café que dentre outras funções deverá fazer o levantamento do parque cafeeiro, a criação de um guia de qualidade do café mineiro, a formulação de metodologia científica de levantamento de safra e a construção da Agência de Referência do Café, que será construída na Universidade Federal de Lavras (UFLA).

De forma geral, a audiência pública serviu como uma plenária para que os representantes do setor, que enfrentam os problemas da atividade no dia-a-dia, pudessem levar suas demandas e manifestações aos legisladores e formuladores de políticas públicas. Em cada relato, a revelação de fragilidades da cadeia café a serem ser sanadas, sobretudo, no que tange à renda. Produtores de diferentes regiões relataram que as novas gerações não querem mais investir no café.

Assessor do Conselho Nacional do Café (CNC), Francisco Ourique destacou que Minas vive a oportunidade primorosa de reconhecer o papel estratégico do café para o Estado. Destaca que no atual modelo de comercialização do produto, o café mineiro fica descaracterizado na percepção dos consumidores internacionais. Para Ourique, é necessária uma coordenação clara da rede institucional que envolve o café, para que cada elo não perca o seu foco. E recomenda: “Usem os meios de comunicação para fazer chegar a Brasília as manifestações feitas pelos cafeicultores de Minas”, reforça. 

Fonte: Polo de Excelência do Café

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