Reconhecida mundialmente pelo seu queijo, região da Canastra conquista agora o registro de IG no café

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Em todo o país, já são 15 IG destinadas a produtores de café

Além do queijo premiado mundialmente pela sua qualidade, a região da Canastra, em Minas Gerais, passa a ser reconhecida agora também pelo seu café. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu a Indicação Geográfica (IG), na espécie de Denominação de Origem (DO), ao café em grãos crus, beneficiados, torrados e moídos na localidade. No total, cerca de 1,1 mil agricultores de dez municípios serão beneficiados com a medida. São eles: Medeiros, Bambuí, Doresópolis, Pimenta, Piumhi, Capitólio, São João Batista do Glória, Vargem Bonita, São Roque de Minas e Delfinópolis.

Com esse registro, já são 108 Indicações Geográficas no Brasil, sendo 83 Indicações de Procedência e 25 Denominações de Origem, além de outros nove reconhecimentos estrangeiros. O Sebrae atua no apoio às Indicações Geográficas desde 2003, na orientação e no fomento aos produtores para alcançarem o reconhecimento desse ativo e na promoção dessas regiões e produtos únicos.

Relacionados ao café, já são 15 IG reconhecidas em todo o país: Caparaó (ES), Espírito Santo (ES), Montanhas do Espírito Santo (ES), Campo das Vertentes (MG), Canastra (MG), Matas de Minas (MG), Mantiqueira (MG), Região do Cerrado Mineiro (MG), Sudoeste de Minas (ES), Norte Pioneiro do Paraná (PR), Oeste da Bahia (BA), Alta Mogiana (SP), Região de Garça (SP), Região de Pinhal (SP) e Matas de Rondônia (RO).

“Apoiar as regiões no processo das Indicações Geográficas, como é o caso da Região da Canastra, é o melhor caminho para empoderar os pequenos produtores, gerando renda, empregos e autonomia para o desenvolvimento dessas localidades. Um dos principais benefícios é a valorização. Isso contribui para melhorias e aumento da produção.” Hulda Giesbrecht, coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae.

O produto
Em geral, os cafés da região apresentam aroma e sabor de mel, frutas amarelas, tropicais e cítricas. A bebida tem notas de chocolate ao leite com nuances de castanha, limão-cravo e laranja. Possui ainda alta doçura, com notas de açúcar mascavo e cana-de-açúcar em equilíbrio com a acidez. O plantio na região ocorre entre outubro e dezembro, e a colheita, entre maio e setembro. O café deve ser cultivado em sistema de sequeiro (utilizando a umidade do solo).

Hoje, a região da Canastra é responsável por uma produção de 750 mil sacas de 60 quilos por ano. A atividade ocupa uma área de 33 mil hectares plantados. O presidente da Associação dos Cafeicultores da Canastra (Acanastra), José Carlos Bacili, destaca a importância do reconhecimento.

“A gente sai do anonimato e passa a ter uma identidade para agregar valor ao nosso café. O consumidor hoje procura saber a origem do produto, a cultura das pessoas, e outras informações que ele passa a ter com a denominação de origem. Com certeza vai nos ajudar na comercialização. O Sebrae foi fundamental em todo este processo para a conquista da Indicação Geográfica”, ressaltou.

O que são as Indicações Geográficas?
As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.

O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível. Essa herança abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

Fonte: Agência Sebrae