Prêmio para os cafeicultores

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Belo Horizonte sediará em setembro de 2013 as comemorações do 50º Aniversário da Organização Internacional do Café (OIC), cuja sede é em Londres, evento que resulta do empenho do governador Antonio Anastasia e cuja missão negociadora reuniu o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, contando também com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre outros atores indispensáveis e que devem somar esforços para abrir espaços e plenário para os 70 países membros da OIC. Esses países, entre exportadores e importadores, são responsáveis por 97% da produção mundial de café e 80% do consumo global. É bom registrar também que o mineiro Robério Oliveira Silva é o diretor-executivo da OIC.

O Brasil continua sendo o maior produtor mundial e Minas Gerais, como estado, lidera a oferta nacional e produz mais café do que o Vietnã, que ocupa o segundo lugar do ranking. Ao longo da história brasileira, essa cultura revela sua profunda e recorrente vinculação direta com a socioeconomia gerando, inclusive, fatos políticos relevantes desde os tempos do Império. Pode-se aceitar também que a vocação exportadora do Brasil teve a forte e decisiva presença do café desde 1850. O grão é originário das terras altas da Etiópia. Minas, sem dúvida alguma, tem o que mostrar na cafeicultura de suas quatro regiões produtoras: cerrado, chapadas de Minas, matas de Minas e Sul de Minas.

Segundo a Secretaria de Agricultura do estado, as exportações do café mineiro somaram US$ 20,55 bilhões entre 2006 e 2011, sendo que outros bilhões de dólares são agregados ao produto ao longo de suas cadeias produtivas ao redor do mundo até chegar à mesa dos consumidores. Suas formas de preparação e usos dos pós aos bombons também agregam valor a essa cadeia. Vale lembrar que os consumidores estão ficando cada vez mais exigentes com relação à qualidade do grão, com os preços e até com relação à sustentabilidade dos recursos naturais nas regiões produtoras. O consumo mundial médio de café é de 5,15 quilos por habitante/ano. E ele vem crescendo desde que a bebida começou a ser apreciada. Dados históricos revelam que em 1652 foi aberta a primeira casa de café da Europa ocidental, na Inglaterra, e dois anos depois na Itália. Mas há registros de que em

Constantinopla a primeira cafeteria foi inaugurada em 1475.

Por causa da importância histórica dessa bebida, num evento da magnitude internacional que terá o aniversário de 50 anos da OIC, presume-se que haja outros desdobramentos. Embora o foco seja o café, haverá fatores que vão estimular o turismo, para que se conheça mais sobre Minas Gerais, sua gente, sua história, seus talentos, entre outras vertentes e abordagens. Sem subestimar outras atividades agropecuárias, a cafeicultura é parte indissociável da socioeconomia de 590 municípios mineiros e suas safras demandam substantivas tecnologias, produtos e serviços, movimentando as regiões e gerando emprego, renda, divisas e bem-estar social. Estima-se que mais de US$ 3 bilhões foram gastos com as tecnologias de produção do café nas propriedades rurais na safra 2011/2012 no estado.

Segundo os historiadores, o ciclo do café no Brasil teve início em 1727, portanto, há 285 anos, e continua aquecido nesse viger do século 21. As circunstâncias de sua vinda da Guiana Francesa para o território brasileiro ainda abrigam controvérsias e ninguém poderia imaginar, à época, o que seria o desempenho da cafeicultura nesse país de múltiplas vocações agropecuárias e florestais. Num elenco de agentes que atuam na cafeicultura mineira, a Emater-MG, enquanto governo e no que lhe compete, tem levado aos municípios produtores os conhecimentos gerados pela pesquisa e indispensáveis às boas práticas agrícolas e ambientais sustentáveis, sem perder de vista a qualidade. Minas responde por 75% do café arábica exportado pelo Brasil.

Destacam-se também os concursos regionais de produtividade do café, os circuitos tecnológicos regionais e o CertificaMinasCafé, desenvolvidos pela assistência técnica e extensão rural em campo e com suas parcerias. Dados estimativos revelam que a agricultura familiar responde por até 25% da safra mineira. Vale lembrar que na safra colhida neste ano cerca de 26 milhões de sacas serão beneficiadas no estado. Embora o lucro tenha uma relação direta com o mercado, é muito importante avaliar com o cafeicultor, nesse caso, como ele percebe a praticidade das inovações recomendadas pela pesquisa e pactuadas com os extensionistas da Emater-MG. A experiência de quem planta e cria é indissociável do processo de adoção de novas ideias e práticas.

Em Minas, segundo dados da Secretaria de Agricultura, a produtividade do café passou de 16,5 sacas beneficiadas por hectare em 2001 para 22,5 sacas em 2011, e com previsão de 25,9 sacas neste ano, apesar de que a área em produção mantivesse ligeiro aumento. As exportações mineiras, que foram de US$ 837 milhões em 2001, somaram US$ 5,81 bilhões em 2011, ou mais 594,14% em valores nominais. As exportações brasileiras do complexo café (grão e solúvel) atingiram US$ 1,4 bilhão em 2001 e US$ 8,7 bilhões em 2011, um crescimento de 521,42%. No ano passado, o café mineiro respondeu por US$ 5,8 bilhões nas vendas no mercado externo, ou 66,6% do valor das exportações em nível nacional. E entre janeiro e setembro o agronegócio do café mineiro já movimentou US$ 2,7 bilhões em exportações. O quanto fica no bolso do cafeicultor é um foco que não deve ser esquecido e a pesquisa cafeeira ainda tem bons e indispensáveis desafios pela frente.

Além disso, é presumível que esse evento da OIC nas terras de Minas, por sua dimensão internacional, constitui-se num fato histórico e num cenário absolutamente adequado. De certa forma, premia também o cafeicultor mineiro e suas organizações, incluindo-se aí as cooperativas. Num horizonte de tempo é fundamental que se conheça cada vez mais sobre essa atividade socioeconômica e ambiental. Também é importante que haja uma visão apropriada sobre a cafeicultura, que permita que avance substantivamente no planejamento, acompanhamento e avaliação de desempenho dentro e fora da porteira da fazenda. Essa abordagem vale igualmente para outras culturas e criações na multifuncionalidade da agroeconomia estadual. 

Fonte: Estado de Minas

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