Atuação e representatividade política são, cada vez mais, condições essenciais ao fortalecimento de qualquer setor econômico. A presença de lideranças envolvidas nas tomadas de decisões e na defesa dos interesses e demandas, em âmbito local ou global, é fator determinante para assegurar condições sólidas de desenvolvimento.
Empresário consciente, o produtor rural se prepara, participa dos fóruns de decisão, leva adiante suas questões e trabalha para defender seus interesses. Cada vez mais, o agronegócio está bem representado. Prova disso é o expressivo número de prefeitos, vereadores e deputados ligados ao agronegócio e às questões do homem do campo. Nas casas legislativas, crescem as bancadas ruralistas, reflexo da percepção do quão importante é a voz que se faz ouvir.
Garantir ao segmento rural representatividade à altura de sua importância econômica tem sido uma meta da FAEMG desde sua fundação, há 60 anos. Tarefa fortalecida, ano a ano, com a capacitação de crescente número de pessoas para ocupar espaços de tomada de decisão. Futuros líderes com grande preparação e profundo conhecimento, tanto das questões rurais, quanto do sistema sindical e do fazer político em todos os aspectos.
Em 2006 formamos a primeira turma do curso de Novas Lideranças. Já naquele momento ficou claro que havíamos começado uma trajetória de muito sucesso e frutos promissores. De lá para cá, foram 32 turmas e 1120 alunos. Inúmeros já se destacam na gestão pública e em entidades de destaque: prefeitos, vereadores, secretários municipais, além de presidentes e diretores de sindicatos, cooperativas e de associações.
Muito mais que despertar o sentimento de liderança, investimos em habilitar pessoas que, ao assumir funções políticas ou cargos de destaque, tenham condições de desenvolver, com propriedade, trabalho que contribua para o avanço do setor rural. Nossas novas lideranças precisam compreender o agronegócio sob a perspectiva de uma economia global com reflexos em sua região. Ter visão política, saber como organizar grupos para alcançar resultados, entender os processos envolvidos na aprovação de leis, a formação de bancadas e o jogo político. Devem saber lidar com os grandes desafios e compreender variáveis, sejam elas jurídicas, sociais ou ambientais. Ter perfil de liderança e entusiasmo pela ação engajada, sabendo que todo discurso só será instrumento de mobilização e transformação se calcado em uma base sólida de conhecimento e informação.
Mais do que a defesa dos interesses da classe, o agronegócio cresce ao contar com pessoas capazes de antever problemas e atuar proativamente em soluções. Cresce, repito, ao dar ao homem do campo condições de assumir papel de protagonismo com responsabilidade, na certeza de que, bem representado, o setor rural conquistará espaço à altura do quanto produz pelo país.
* Roberto Simões – presidente do SISTEMA FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais)
Fonte: Jornal Edição do Brasil (02 de março de 2013)