Onda de calor: 2025 deve ter novos recordes de temperatura?

Nos últimos anos, o Brasil tem registrado recordes históricos de temperatura, e 2025 não promete ser diferente. Segundo a agrometeorologista Bruna Peron, há uma tendência clara de aquecimento global em curso, com impacto significativo em diversas regiões do país.

Apesar disso, o ano traz perspectivas um pouco mais otimistas em comparação às temperaturas extremas observadas recentemente, especialmente devido à influência do fenômeno La Niña.

Ondas de calor no início de 2025

Em janeiro de 2025, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciou ondas de calor intensas, especialmente no Sul do Brasil e no estado de São Paulo. Segundo Bruna Peron, esse fenômeno foi impulsionado por condições de tempo muito seco na região, aliadas a altas temperaturas na Argentina que se expandiram para estados vizinhos, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e oeste paulista.

“O tempo seco cria condições favoráveis para o aquecimento acelerado, e é exatamente o que observamos no início deste ano”, explicou a especialista.

O que explica o aumento das temperaturas nos últimos cinco anos?

Nos últimos cinco anos, o Brasil tem experimentado um padrão crescente de temperaturas recordes. Segundo Bruna, esse movimento é reflexo de fatores globais e locais: “Temos, de fato, o aumento das temperaturas em todo o globo, e a tendência dos próximos anos é termos mais eventos extremos, incluindo ondas de calor cada vez mais frequentes.”

Ela também destacou o papel do fenômeno El Niño, que contribuiu para os picos de calor observados em 2023 e grande parte de 2024.

Perspectivas para 2025

Para 2025, o cenário é influenciado pela presença do fenômeno La Niña, que tende a trazer temperaturas ligeiramente mais amenas. “Com a atmosfera mais fria, as condições para entradas de massas de ar polar aumentam, especialmente durante o outono e inverno”, afirmou Bruna. Apesar dessa previsão, a especialista alerta que dias de calor intenso ainda podem ocorrer, mesmo nas estações mais frias.

Regiões mais afetadas

Algumas regiões estão mais suscetíveis às altas temperaturas e às consequências do clima extremo. Para o primeiro trimestre de 2025, Bruna aponta o Sul do Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, além do Mato Grosso do Sul, oeste paulista e Paraná, como regiões que exigem maior monitoramento.

“Essas áreas costumam registrar temperaturas mais elevadas e têm maior propensão a períodos prolongados de seca, mas as projeções de médio prazo indicam que o risco não é elevado neste início de ano.”

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O futuro do clima no Brasil

O aumento das temperaturas é uma tendência que deve persistir nos próximos anos. “Muitos estudos climáticos apontam para altas temperaturas cada vez mais frequentes no Brasil”, reforça Bruna.

Isso representa um desafio não apenas para o meio ambiente, mas também para setores como a agricultura, que já sofre impactos significativos com a falta de regularidade climática.

A expectativa para 2025 é de um equilíbrio entre períodos de calor e temperaturas amenas, mas o padrão de aquecimento segue como um lembrete da necessidade de planejamento e adaptação em todos os níveis.

Mesmo com as projeções de La Niña trazendo um alívio temporário, o Brasil precisa estar preparado para enfrentar os desafios do clima em transformação.

Fonte: Play no Agro