Neri Geller da andamento à liberação de recursos do Funcafé

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RECURSOS DO FUNCAFÉ — Frente à paralisia devido às alterações ocorridas na gestão política do Brasil, deparamo-nos com um cenário de travamento das liberações dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesta semana, porém, já com a nomeação de Neri Geller na Secretaria de Política Agrícola (SPA), o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, reuniu-se, na terça-feira, 14 de junho, com o secretário para solicitar medidas que destravassem o repasse do capital ao setor.

Tão logo teve ciência que os contratos para a liberação dos recursos do Funcafé estavam parados em função da falta de assinatura por parte da representação do Governo, Neri Geller rubricou os documentos e deu encaminhamento aos agentes financeiros, para que também assinem, devolvam ao Mapa, que, assim, poderá autorizar o repasse da verba à cadeia produtiva cafeeira o mais breve possível.

O CNC elogia a postura proativa do secretário, em especial no atual momento vivido pela cafeicultura brasileira, que enfrentou um período de chuvas em plena colheita e observa perda de qualidade em parte da safra. Além do fato específico no Espírito Santo, que há mais de dois anos sofre com a estiagem e teve seu potencial produtivo reduzido.

Entendemos e por isso solicitamos que os recursos devem chegar às mãos dos produtores imediatamente, pois isso permitirá que consigamos ordenar nossas vendas ao longo dos 12 meses da safra, sem exercer pressão sobre os preços neste momento de colheita, que, mesmo com a recuperação apresentada recentemente, continuam aquém dos custos em muitas áreas do cinturão produtor.

ADESÃO AO CAR — Na quarta-feira, 15, o Presidente da República em exercício, Michel Temer, sancionou a Lei Nº 13.295, que informa que a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) será obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, devendo ser requerida até 31 de dezembro de 2017, prorrogável por mais um ano por ato do Chefe do Poder Executivo. Ainda conforme a nova legislação, após o final do ano que vem, as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no CAR.

O CNC recorda que a medida atende ao pleito do setor agropecuário brasileiro e que teve intensa atuação no sentido dessa aprovação, reunindo-se, inclusive, com a então ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Recordamos, ainda, que a inscrição no CAR é um ato necessário, uma vez que as instituições financeiras a exigirão para a concessão de crédito agrícola aos tomadores, além de também ser necessidade para os produtores passarem a ter acesso aos mercados que já exigem o cadastro como comprovação de regularidade ambiental.

NÚCLEO CAFÉ E SAÚDE

O Brasil acaba de ganhar o Núcleo Café e Saúde, colegiado composto por médicos de diversas especialidades, pesquisadores e representantes da cadeia produtiva. A intenção é aproximar da população as informações referentes aos benefícios da bebida à saúde, com seus atributos preventivos contra várias doenças, à melhora no rendimento na prática esportiva e atividades físicas, bem como aos prazeres que o consumo do café proporciona.

O Núcleo também desenvolverá uma série de ações para esclarecer os efeitos de eventuais publicações sem embasamento técnico-científico, a respeito do café, bem como pretende criar um banco de conhecimento, com conteúdos que foquem os benefícios da bebida separados por temas de interesse.

As ações deverão ser desenvolvidas pelos representantes da comunidade médico-científica e da cadeia produtiva em congressos das áreas de saúde e esporte e também através de interlocução direta com profissionais desses setores. Dessa forma, o Núcleo Café e Saúde entende que contribuirá para que uma maior parcela da população se informe sobre os benefícios do café e possibilite desmistificar alguns mitos ainda relacionados à bebida.

A formação original do Núcleo conta com Dr. Bruno Maheler Mioto e Dr. Luis Antonio Machado Cesar, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da USP; Dr. Jorge Moll e Dra. Silvia Siag Oigman, do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino (IDOR); e PhD. Rui Daniel Prediger, do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A representação da cadeia produtiva é feita por Nathan Herszkowicz e Mônica Pinto, da Abic; Aguinaldo Lima, da Abics; Luciana Florêncio, do CeCafé; Breno Mesquita, da CNA; e Paulo André Kawasaki, do CNC.

TRABALHO ESCRAVO — Na quarta-feira, dia 15, o presidente do CNC participou de audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que debateu formas para combater o trabalho escravo. Na oportunidade, Silas Brasileiro expôs que o Conselho é completamente avesso a toda e qualquer atividade que se assemelhe à escravidão, mas também ponderou que não se deve alardear inverdades, como ocorrido, neste ano, por parte de Organizações Não Governamentais, revelando que o labor no País possui alto índice de práticas similares a essa. Os pareceres da audiência serão debatidos junto aos conselheiros diretores da entidade, os quais definirão os andamentos a serem adotados a respeito da matéria.

MERCADO — O mercado cambial e as condições climáticas no Brasil voltaram a orientar os movimentos dos contratos futuros do café arábica nesta semana. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,47, com alta de 1,14% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Preocupações com o plebiscito que definirá a permanência ou a saída do Reino Unido da União Europeia, a decisão do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de manter o nível dos juros e o cenário político interno foram os principais fatores que determinaram o comportamento da moeda norte-americana.

Em relação ao desenvolvimento da safra brasileira, as previsões meteorológicas indicam para possibilidade de elevação das temperaturas, após o recente período chuvoso, seguido por ondas de frio intenso, que afetou o cinturão produtor de café arábica. Ainda não foi possível mensurar os prejuízos decorrentes desses fenômenos. Porém, segundo o levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na semana passada, a expectativa inicial é que as baixas temperaturas não tenham causado perdas expressivas de forma generalizada nas lavouras. O quadro abaixo resume a informações divulgadas pela instituição.


Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4145 por libra-peso, com alta de 260 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na  ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.685 por tonelada, com perdas de US$ 22 na comparação com a sexta-feira passada.

No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 494,84/saca e a R$ 389,52/saca, o primeiro com alta de 2,43% e o segundo sem variação significativa em relação ao fechamento da semana anterior.

Os preços da saca do conilon seguem sustentados pela situação de aperto de oferta. Segundo o Cepea, o rendimento das colheitas do Espírito Santo e Rondônia tem sido pouco satisfatório. Além disso, há temores de produção abaixo do potencial também na safra 2017/18, já que a estiagem prolongada prejudicou as lavouras e há relatos de produtores que optaram por abandonar a atividade.


Atenciosamente,

Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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