Leilão virtual e internacional de cafés do Cerrado rende R$ 242,8 mil

Imprimir
Foram positivos os negócios durante o 1º Leilão Internacional da Região do Cerrado Mineiro (RCM), encerrado no Estado na última sexta-feira (2) de forma virtual. O evento, que é uma realização da Federação dos Cafeicultores do Cerrado (FCC), rendeu a cifra de US$ 49.055,34 – cerca de R$ 242.823,00, valor convertido conforme a cotação da moeda americana no dia de conclusão do evento.

Um lote arrematado por R$ 66,1 mil por saca concedeu ao café verde da Fazenda Esperança o conhecimento público do grão de café mais valorizado do Cerrado Mineiro.

O lance foi dado pela importadora e corretora de café verde Orange Brown. A empresa possui uma instalação no Canadá, mas tem propriedade e operação presentes em solo brasileiro.

Ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o Qgrader da DBarbosa Coffee, da Fazenda Esperança, Deyvid Oliveira, exaltou a qualidade dos grãos produzidos em suas terras no município de Campos Altos, na região do Cerrado. Segundo ele, o grão vencedor é marcado por caraterísticas autênticas de corpo e de alta doçura. “O que fez esse café ser tão valorizado foi o perfil sensorial que ele tem. É algo bem diferenciado”, considera Oliveira.

Deyvid ressalta que esse aspecto sensorial envolve a percepção de notas florais e frutadas. Segundo ele, são dois aspectos que certamente levaram as sacas do produto ao maior lance do pregão. A fazenda não trabalha com o café torrado, apenas a sua produção de café verde.

“O nosso café atingiu uma média bem alta dos juízes, não só dos juízes das cooperativas da região, mas os juízes internacionais. E as notas que ele possui são notas mais florais e frutadas. Trata-se de um café bem completo e encorpado. Então, foi por isso que ele atingiu essa pontuação, fazendo com que ele fosse campeão”, diz Deyvid.

 Estratégia é de internacionalizar o Cerrado Mineiro

“Felizmente nós alçamos excelentes resultados nesta primeira edição do evento. Foram dez lotes comercializados, atingindo um valor agregado com um patamar importante para um lote com sacas de café com fermentação induzida produzida pelo Deyvid”, avalia o diretor Executivo da FCC, Juliano Tarabal.

Segundo Tabaral, além da Orange Brown, que foi a maior arrematante, o leilão contou com compradores dos mercados americano, europeu e também do próprio mercado interno.

“Esse projeto do leilão internacional está na estratégia de internacionalização da marca e denominação de origem da região do Cerrado Mineiro. Agora, os compradores vão nos ajudar na tarefa da promoção dos cafés de nossa região e fazendo um trabalho em parceria com a Federação e com as cooperativas”, enfatiza.

Segunda edição

Diante do balanço positivo da primeira edição, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado tem a expectativa de realizar uma segunda edição virtual do leilão. A previsão é que o evento possa acontecer no final do ano, porém, as datas ainda serão definidas pela entidade.

Exportação para torrefação

Na propriedade da DBarbosa Coffee, todas as sacas arrematadas serão vendidas no exterior pela Orange Brown para torrefação. No entanto, a empresa mineira continua realizando as suas vendas no País e atuando com as exportações do produto.

“Nós temos as vendas, temos ainda o e-commerce, onde vendemos produtos industrializados, e tem também a exportação do nosso café. Posso dizer que temos uma história, afinal somos um grupo grande na região do Cerrado Mineiro”, conclui o especialista.

Fonte: Por Dione AS/Diário do Comércio