Global Coffee Platform conclui estudo sobre renda do café brasileiro

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A mudança climática, a vulnerabilidade dos sistemas alimentares e a pobreza são apenas alguns dos desafios que a sociedade enfrenta globalmente. A Iniciativa de Ação Coletiva Global Coffee Platform (GCP) sobre Bem-Estar Social reconhece esses desafios e, embora existam inúmeras análises sobre a agricultura brasileira, a iniciativa visa obter uma melhor compreensão da renda dos cafeicultores no país.

“A iniciativa, idealizada e coordenada pela GCP Brasil, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e pelo PACTO Instituto de Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), busca melhorar as condições de vida e trabalho dos cafeicultores e trabalhadores, especialmente pequenos produtores. Conhecer a renda das famílias representa uma possibilidade de formulação de políticas e ações para fortalecer as forças que priorizam a renda de subsistência”, afirma Pedro Ronca, Diretor da GCP Brasil.

A iniciativa implementou um estudo de renda vital nas regiões produtoras de café de Minas Gerais e do Espírito Santo para descobrir se os cafeicultores brasileiros ganham uma renda digna. O estudo foi realizado entre janeiro de 2020 e junho de 2021.

“Minas Gerais e Espírito Santo foram as regiões escolhidas para realizar o estudo, por serem os dois maiores estados produtores de café do Brasil, respondendo por 65% da produção nacional de café arábica e 68% da produção nacional de robusta, respectivamente”, diz Pedro Ronca.

O estudo girou em torno dos cafeicultores e fornecedores dos Membros do GCP no Brasil. O plano foi desenhado com base em produtores que possuíam área total de até 100 hectares, com a amostra estratificada por tipo de café (Arábica e conilon/robusta) e cinco estratos de área da propriedade (0-5, 5-10, 10-20, 20-50, 50-100 hectares).

Referindo-se à Living Income Community of Practise, o GCP define ‘renda vitalícia’ como “a renda líquida anual necessária para uma família em um determinado local para proporcionar um padrão de vida decente para todos os membros dessa família”.

O consultor técnico da GCP Brasil, Eduardo Sampaio, diz que foi um desafio explicar aos stakeholders da cadeia do café a importância de tal estudo, uma vez que é geralmente aceito pelo setor que o cafeicultor médio no Brasil já tem uma renda suficiente.

“As descobertas mostram que, uma vez que os produtores tenham acesso a um ambiente favorável, que inclui assistência técnica, tecnologia, crédito, organização dos produtores, logística e acesso ao mercado, eles podem obter uma renda vital. Essas conclusões, no entanto, não podem ser extrapoladas para todos os cafeicultores do Brasil, pois o estudo se concentrou em uma população específica nas principais regiões produtoras de café”, diz ele.

Segundo o GCP, a renda mensal da população de produtores com até 100 hectares foi estimada em R$ 23.796 (cerca de US$ 4.725) para o biênio 2020/2021. A diferença de renda média foi estimada em R$-4.782 (cerca de US$-950), e a renda familiar potencial média foi estimada em R$28.895 (cerca de US$5.737) por mês.

A GCP Brasil está usando as descobertas para construir seu Plano Nacional GCP 2.0 sobre a Prosperidade do Agricultor, que está alinhado com a meta global GCP 2030 de alcançar uma mudança transformacional na prosperidade dos agricultores para mais de um milhão de cafeicultores em mais de 10 países.

“A GCP Brasil usará isso para se concentrar no aumento da resiliência climática, incorporando práticas sustentáveis ??de agricultura regenerativa entre os produtores para diminuir o impacto das mudanças climáticas”, diz Pedro Ronca, diretor da GCP Brasil.

A GCP está atualmente desenvolvendo planos de país holísticos e empreendedores para as principais origens do café para definir como cada um pode contribuir para sua meta compartilhada de 2030.

Mais informações: www.globalcoffeeplatform.org

Por Equipe Café Point | Fonte: Café Point

Foto:  Image by wirestock on Freepik