FOLHA TÉCNICA: Resistência ao ataque da bactéria Pseudomonas em mudas de café no viveiro e em variedades no campo

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Observações feitas em viveiro de mudas e em lavouras no campo mostram que existem materiais genéticos de café com boa resistência ao ataque de Pseudomonas, causadora da doença mancha aureolada em cafeeiros.

A Mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas Seryngae pv garcae, é uma doença que ataca plantas de café seja quando mudas, nos viveiros, seja no campo, em plantações novas e adultas. O ataque ocorre através de lesões nas folhas e também em ramos e ponteiros e, eventualmente, em frutinhos de café. As condições climáticas de frio e umidade e o estado nutricional das plantas influem no favorecimento ao ataque da doença.

O controle químico da mancha aureolada tem sido praticado, principalmente, através do uso de fungicidas cúpricos, de ação também bactericida e de outros produtos, estes em menor escala. No entanto, a eficiência depende de aplicações em doses altas e repetidas, pois existe a necessidade de proteger as plantas sempre que houver condições climáticas favoráveis à doença, o que é difícil de prever. Deste modo, o ideal seria contar, nas áreas muito propicias à doença, com materiais genéticos com resistência.

Alguns materiais já tem sido comprovados com resistência ou tolerância á Pseudomonas, citando-se o Geisha, o IPR 102, o Sarchimor IBC 12 ou IAC 125, o Icatu 3282 e o Arara, estes 2 últimos apresentando tolerância, em campo. As observações realizadas recentemente mostram que existem variações no nível de resistência/tolerância, quando nas condições de viveiro ou campo, sempre mais crítica a condição de viveiro, talvez pela situação de mais sombra e umidade, com maior pressão e disseminação da doença.

A presente nota técnica objetiva mostrar observações recentes, em viveiros e no campo, com informações novas sobre constatações de materiais resistentes ao ataque de Pseudomonas. No viveiro verificou-se, em mudas, boa resistência no material de Araraçu e tolerância no material de Siriema. No campo alta resistência foi observada na cultivar Japy, com ausência de ataque em uma área de lavoura esqueletada, com muita brotação nova e numa condição de altitude de cerca de 1100 m, situação favorável à bacteriose. As lavouras vizinhas, de outras cultivares, ao contrário, tiveram forte ataque, favorecido pelas chuvas abundantes a partir de dezembro/22.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Lucas Franco, Lucas H. Figueiredo, Fernando C. Figueiredo, J. R. Dias e Alexandre M. Marchetti – Engs Agrs Fazendas Sertãozinho)