FOLHA TÉCNICA: Phoma e Ascochyta atacam fortemente mudas de café

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As mudas de café podem ser atacadas, de forma severa, pelas doenças causadas pelo complexo de fungos Phoma /Ascochyta, um problema ainda pouco conhecido, pelos técnicos e pelos viveiristas.

As mudas de café são sujeitas a diversas doenças, sendo mais comuns a cercosporiose e o tombamento das mudinhas (rizoctoniose) e, em determinadas regiões, a mancha aureolada e, eventualmente, a ferrugem. O ataque de Phoma/Ascochyta em mudas vem sendo muito observado nesses últimos anos e, em alguns casos, vem sendo confundido, ora com cercosporiose, ora com mancha aureolada.

Os viveiros, usados na formação de mudas de café, condicionam um ambiente sombrio e úmido. Os locais escolhidos para montagem do viveiro são, quase sempre, área planas, no fundo dos terrenos, onde se acumulam a umidade e o frio. As mudas são regadas diariamente. Tudo isso favorece o ataque de doenças que são favorecidas por esse ambiente.

O ataque de Phoma/Ascochyta em mudas foi muito forte, este ano, em regiões do Espirito Santo, das Matas e do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Foram verificados os sintomas típicos das doenças, sendo manchas circulares e mais claras, que caracterizam Ascochyta e negras, mais nas margens das folhas, indicando a ocorrência de Phoma. Alguns poderiam suspeitar do ataque de Pseudomonas, porém, por se tratar de regiões mais quentes e mais ao norte, essa doença só foi relatada uma vez, assim mesmo em lavoura a cerca de 1500 m de altitude, no Caparaó-MG, mas, depois, desapareceu. Além disso, os sintomas se distinguem pois, além as lesões são diferenciadas no ataque de Pseudomonas, e, ainda, ocorrem ataques e morte também no caule, no ponteiro das mudas. Nas lesões primárias dessas doenças, eventualmente, podem entrar fungos oportunistas, como o Colletotrichum, que ajudam a ampliar a área lesionada nas folhas.

Uma vez determinada, com certeza, a origem do ataque, de Phoma/Ascochyta, deve-se proceder o controle. Primeiro é preciso ressaltar que, nas condições que se mostram favoráveis, em ambientes mais frios e úmidos, onde existe histórico de ataque dessas doenças nos cafezais, o normal é efetuar aplicações de fungicidas de forma preventiva, quinzenalmente. Caso isso não tenha sido feito e a doença escape de controle pode-se usar pulverizações para reduzir o ataque, usando fungicidas mais específicos, como as estrobilurinas e as carboxamidas, ou formulações contendo esses ativos.

Paralelamente ao uso dos fungicidas indica-se melhorar as condições dentro do viveiro, reduzindo irrigações, especialmente aquelas no fim de tarde, para reduzir o molhamento foliar, deve-se aumentar o arejamento do ambiente e reduzir a sombra, quando possível, aumentando a insolação, e, ainda evitar adubação nitrogenada excessiva, fatores que podem facilitar o ataque das doenças.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé, C. A. Krohling – Eng Agr Incaper e Wesley G. dos Santos – Eng Agr Consultor da WF em cafeicultura e ATeG do SENAR)