FOLHA TÉCNICA: Calcário e adubos fosfatados, usados no plantio do café, no sulco ou covas, devem ser colocados em mistura na terra

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O calcário e o adubo fosfatado devem ser colocados em mistura com a terra, nas covas ou sulco de plantio. Não de forma localizada ou separados, como alguns técnicos teimam em indicar.

No plantio do cafeeiro são importantes os nutrientes que trazem maior influência na formação do sistema radicular e na estrutura da planta. Com esse objetivo o cálcio, o magnésio e o fósforo são essenciais. O cálcio e o magnésio, são fornecidos pela calagem de correção em área total, mais um adicional por cova ou metro de sulco. As doses usadas são determinadas pela análise, sendo mais utilizadas 2-4 ton/ha em área total e 200-400g por metro de sulco ou cova de plantio.

Em pequenos plantios, de acordo com a disponibilidade/custo, com prioridade em solos muito argilosos ou arenosos, são usados, também, estercos ou outras fontes de matéria orgânica no sulco/cova, embora este material orgânico seja mais eficiente em cobertura, no pós-plantio. Os micro-nutrientes podem ser usados isoladamente ou já formulados com adubos PK próprios para plantio.

Os corretivos, o fósforo e demais adubos indicados no plantio do cafeeiro devem ser aplicados no sulco/cova de plantio e misturados com a terra de enchimento. Volta e meia aparecem controvérsias e opiniões que insistem na colocação dos adubos fosfatados de forma localizada, para reduzir sua imobilização no solo, pelos óxidos de Fe, Mn e Al. Os resultados de pesquisa mostram que o melhor modo de aplicação é aquele em mistura com a terra, podendo ser com adubos em pó ou granulados.( ver tabela 1). Pode-se observar que nem a localização nem a granulação do superfosfato foram eficientes, resultando em piores resultados produtivos.

Outra indicação que tem sido feita de forma errada, por alguns técnicos, diz respeito à aplicação do calcário feita separadamente do superfosfato. É comum a orientação de colocar a dose de calcário no fundo da cova, depois uma camada de terra e depois, em cima, o superfosfato. Isso leva em conta a teoria de que poderia haver transformação do fosforo em fosfato de cálcio, ficando insolúvel.

Acontece que o calcário e o superfosfato são produtos de solubilidades diferentes. O fósforo no superfosfato está disponível, porém, o calcário comum só vai solubilizar seus componentes muito lentamente. Costumamos exemplificar isso com uma mistura de açúcar com areia. Nem os grãos de areia vão ficar doces e nem o açúcar vai ficar com gosto de areia. Além disso, na medida em que vai sendo corrigido o pH o aproveitamento do fósforo vai melhorando (fig 1).

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Célio Coelho – Tec Agr consultor)