FOLHA TÉCNICA: Acúmulo de potássio em profundidade, em solo cultivado com cafeeiros

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O potássio é o 2º nutriente mais exigido pelo cafeeiro, para a vegetação e produção das plantas. Seu suprimento ocorre por adubações, principalmente pelo uso do Cloreto de Potássio. Esse nutriente aplicado é retido pelas cargas negativas do solo, assim podendo se  acumular e ser utilizado pelas raízes. Com o aumento de preço e a escassez de fertilizantes surge necessidade de avaliar e utilizar reservas de K disponíveis no solo em cafezais.

Trabalho de Garcia (década de 2000), na Fda Exp.de Varginha, mostrou acumulo de potássio no perfil do solo, em profundidade, em trincheira aberta em lavouras de café, mais antigas e mais novas. Mas, surgiu, recentemente, orientação, de alguns Técnicos, indicando que o potássio se perderia, significativamente, por lixiviação, justificando novo estudo, visando ampliar informações sobre o acumulo de potássio, em solo de lavoura de café, objetivando, com um sistema de amostragem e de análise de solo em profundidade, gerar economia na aplicação de adubos potássicos.

Foi conduzido em 2022 um trabalho, na FEX da Fundação Procafe,(Varginha-MG),após safra alta. Foi amostrado o solo com sonda, no mesmo furo, em 5 profundidades – 0-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm, isto em lavoura com 5 anos de idade e que vinha recebendo adubação NPK normal.  Para comparação tomou-se amostras de solo em área de cerrado natural, em área contigua na Fazenda, O solo é um latossolo vermelho amarelo, distrófico, com 35% de argila e CTC 7,0.  As amostras foram analisadas no Laboratório da Fundação, com determinação do teor de K, pelo extrator Mehlich 1 e análise em fotômetro de chamas. Os resultados obtidos constam da tabela 1.

Os resultados das análises mostraram que os teores de K diminuíram, com o aumento da profundidade do solo, tanto na área da lavoura, como no solo original do cerrado. Os teores no solo do cafezal foram o dobro dos verificados no cerrado original. apesar do decréscimo em profundidade, teores de K permanecem em níveis significativos, no solo do cafezal, mesmo a profundidades maiores. Isto apesar do talhão ter recebido adubações potássicas apenas por 5 anos.

O teor médio de K na área da lavoura, de 82,4 ppm, considerada toda a profundidade, de 0-100 cm do solo., representa uma grande disponibilidade de K para as plantas, vegetarem e produzirem de forma adequada. Nessa profundidade boa parte de raízes pode explorar.

Conclui-se que – o teor cumulativo de K em profundidade pode estar disponível para uso para o desenvolvimento e produção do cafeeiro e a a análise de amostras de solo em maiores profundidades pode auxiliar na indicação, com economia, da adubação potássica.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello, L. Bartelega e A.C. Ramia Paiva – Engs Agrs e  H.P. Ailton e M.E. Valias – Bolsistas, da Fundação Procafé)