Feira em Minas é oportunidade para investimento nas lavouras de café

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A Feira Nacional de Irrigação de Cafeicultura, em Araguari, no Triângulo Mineiro, está movimentando os produtores. O evento é uma oportunidade para conhecer as novas tecnologias e tendências para o setor.

Na fazenda do agricultor João Apolinário, em Araguari, a lavoura deve produzir este ano 40 sacas por hectare. O produtor trocou o Paraná por Minas Gerais há 20 anos. A primeira lição que aprendeu foi que para produzir café na região é preciso investir na irrigação.

“Se você não tiver irrigação e der uma chuva de 15 mm em setembro seu café vai soltar abotoado, só que ele não vai conseguir abrir a florada. Se você tiver irrigação, vai conseguir salvar parte da sua produção”, explica Apolinário.

O que os agricultores usam no campo está sendo mostrado na Fenicafé, que durante três dias vai reunir cafeicultores em Araguari. A intenção da feira é incentivar novas técnicas de manejo e o investimento em maquinário.

Depois de quatro anos a empresa do engenheiro Celso Kuwabara voltou a participar da feira. A máquina apresentada por ele não usa água para limpar e separar o café, o que facilita o manejo. “O café, como não é molhado, já vai para o terreno seco, e lá você vai ter também outro beneficio, que é a redução do tempo de secagem”, explica.

Safra 

O preço do café arábica caiu cerca de 25% do ano passado até o momento. A saca de café na região de Varginha, no sul de Minas Gerais está saindo por cerca de R$ 280. Há um ano, o preço estava melhor, cerca de R$ 385. Por causa do preço desfavorável, depois de uma safra alta, os produtores estão segurando o café nos armazéns.

 

Segundo o presidente do Centro de Comércio de Café de Minas Gerais, Archimedes Coli Neto, diz que de 35 a 40% da safra colhida, ainda não foi comercializada. “Isso corresponde a aproximadamente 20 milhões de sacas de café armazenadas entre exportadoras, cooperativas e produtores”, informa.

Neto destaca os principais motivos para o estoque alto. “O Brasil exportou menos café no ano passado. Tivemos também uma concorrência enorme do Vietnã, que exportou muito. E o preço ruim fez com que o produtor segurasse um pouco mais o café e tivemos uma safra maior”, diz.

A próxima colheita está chegando e a Conab estima uma safra em torno de 45 a 50 milhões de sacas. Apesar de mais café no mercado, Neto acredita em uma tendência de acomodação dos preços. “Nós devemos ter uma safra boa. Dificilmente a gente vai saber o que vai acontecer com o mercado, se não houver nenhum problema climático ou uma intervenção do governo, mas a leitura que nos podemos fazer neste momento é que o mercado sente que está abastecido e existe uma tendência de acomodação”, avalia.

Fonte: Globo Rural

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