FAEMG: Novas regras ambientais preocupam, mas é preciso separar ideologia da técnica para mitigar impactos no café

Imprimir

Em coletiva realizada na SIC, FAEMG atualizou que margem ainda continua apertada para o produtor e 2024 ainda será de desafios

Em coletiva realizada durante a Semana Internacional do Café, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) atualizou atual cenário para o cafeicultor brasileiro. Entre os destaques, os representantes da FAEMG abordaram o momento de muita instabilidade para o produtor de café e também as novas regras de importação.

Com a presença da imprensa internacional, o Brasil foi fortemente abordado pelas questões ambientais, sobretudo sobre os impactos que isso pode trazer para cadeia do café. O presidente da FAEMG, Antônio de Salvo, destacou que o país já está apto para comprovar as boas práticas, mas acrescentou, no entanto, que é importante que o mercado faça uma leitura clara do que está sendo imposto para os produtores rurais.

Ressaltou ainda os números do agronegócio brasileiro, como por exemplo os 66,3% de área preserva, o Código Florestal e ainda os 33% que o produtor brasileiro preserva dentro da propriedade.

Segundo ele, sustentabilidade é palavra de ordem e fundamental para que a produção continue progredindo em todos os elos da cadeia. “Essa narrativa de que o Brasil cresce de forma sustentável não é verdade, mesmo porque ninguém tem as reservas ambientais que nós temos. O Brasil tem condições continentais e precisamos entender se não tratam de questões comerciais”, disse.

Disse ainda ser importante que o país responda às exigências porque são “inverdades colocadas por outros países que produzem”, destacando não só o café, mas também a produção de soja, milho, açúcar, a pecuária, entre outros. “É preciso urgente tirar do âmbito ideológico e trazer para a técnica, nós temos dados técnicos para o debate”, disse.

Entre as ameaças, segundo ele, está o risco do Brasil se tornar menos competitivo de alguma forma. “Os outros países, menos sustentáveis, podem produzir mais barato”, comentou.

Produtor ainda com margens apertadas
Em julho de 2023, em matéria publicada pelo Notícias Agrícolas, a CNA já alertava para o período de margem estreita para o cafeicultor. Repleto de incertezas e com o mercado nervoso, o cenário continua sendo de instabilidade.

Raquel Miranda, assessora técnica da CNA, destacou que o intenso “sobe e desce” do mercado acabou deixando toda a cadeia insegura, inclusive com o produtor participando menos do mercado futuro.

“As margens continuam apertadas e o produtor ainda está no vermelho. Se o mercado continuar com esses patamares, logo logo podemos ter uma crise parecida como a que estamos vendo para o produtor de leite”, disse.

Com relação às condições das lavouras, a porta-voz relatou que o cenário parece ser mais positivo para 2024, apesar de ainda ser muito cedo para avaliar a produção do ano que vem. As condições climáticas, como o El Niño, por exemplo, continuam no radar já que as altas temperaturas podem trazer impactos próxima safra.

Por: Virgínia Alves | Fonte: Notícias Agrícolas