Exportação de café do Brasil avança 14% ante novembro de 2021, segundo Cecafé
Com esse desempenho, as exportações de café do Brasil, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano safra 2022/23, sobem para 16,051 milhões de sacas, tornando-se positivas em 1,7% frente aos 15,784 milhões enviados ao exterior entre julho e o fim de novembro do ciclo antecedente.
Quando se analisa os ingressos financeiros obtidos com os embarques, observa-se o segundo melhor desempenho da história, atrás apenas do mesmo período da temporada 2011/12, com a receita chegando a US$ 3,847 bilhões e apresentando incremento de 43,6% ante idêntico intervalo anterior.
Günter Häusler, presidente do Cecafé, avalia que a alta ocorrida reflete um consumo global que permanece aquecido e a busca dos grandes importadores pelos cafés do Brasil, apesar dos entraves que continuam a impactar o comércio marítimo mundial.
“O cenário logístico vem evoluindo de forma gradual nos últimos meses, permitindo ao país alcançar esse resultado em novembro. Entretanto, é importante ressaltar que ainda há grandes desafios e que estamos longe da condição de normalidade. Por outro lado, a demanda se mantém e os grandes consumidores seguem buscando, no maior produtor e exportador do mundo, a qualidade e a diversidade de nossos produtos, que respeitam os critérios socioambientais e vão ao encontro das exigências de sustentabilidade dos mercados internacionais, fazendo do Brasil um leal fornecedor”, comenta.
ANO CIVIL
De janeiro ao fim de novembro deste ano, o Brasil exportou 36,057 milhões de sacas, com queda anual de 1,8%. A receita cambial, de US$ 8,504 bilhões, é recorde histórico para o intervalo, registra substancial crescimento de 55,1% em relação aos US$ 5,483 bilhões obtidos em mesmo intervalo de 2021 e já supera, inclusive, os ingressos totais alcançados em todo o ano passado.
“No balanço do ano até o momento, observamos melhor o impacto dos gargalos logísticos no volume das exportações, que estão um pouco inferiores às do ano passado. Esse desempenho também reflete a forte demanda da indústria nacional pelos cafés canéforas, que seguem mais competitivos que os arábicas aos fabricantes brasileiros, tanto que as remessas de conilon e robusta ao exterior recuaram 60% de janeiro a novembro”, analisa Häusler.
Em relação à receita recorde, ele explica que resulta do melhor nível das cotações observadas neste ano, apesar das quedas recentes ocorridas nos mercados internacionais, e a taxa de câmbio favorável. “O preço médio da saca de café exportada pelo Brasil, em 2022, é de US$ 235,85, 58% acima do valor médio observado em 2021, por exemplo”, completa.
PRINCIPAIS DESTINOS
Exemplificando a busca dos grandes importadores globais pelos cafés do Brasil citada pelo presidente do Cecafé, nove, dos 10 principais parceiros comerciais do país, elevaram suas aquisições. Os Estados Unidos encabeçam a lista dos maiores destinos do produto entre janeiro e novembro, com a importação de 7,351 milhões de sacas, montante 3,3% superior ao obtido no mesmo intervalo de 2021 e que equivale a 20,4% do total.
A Alemanha, com a aquisição de 6,331 milhões de sacas, incrementou em 4,4% as compras dos cafés do Brasil até novembro e tem representatividade de 17,6% no todo. Na sequência, vêm Itália, com 3,110 milhões (+18,6% / 8,6% do total); Bélgica, com 2,760 milhões de sacas (+11,8% / 7,7% do total); e Japão, com a importação de 1,699 milhão de sacas (-24,4% / 4,7% do total).
Os embarques também evoluíram para os países do sexto ao 10º lugares nesse ranking. A Colômbia, sexta colocada, elevou em 52,5% as aquisições do produto, que somam 1,605 milhão de sacas, sendo seguida, respectivamente, por Espanha, com alta de 16,8%; Turquia, com evolução de 0,2%; Países Baixos (Holanda), com significativo avanço de 82,3%; e Coreia do Sul, com crescimento de 29,2%.
TIPOS DE CAFÉ
O café arábica segue como o mais exportado no acumulado deste ano, com a remessa de 31,189 milhões de sacas ao exterior, ou 86,5% do total. O café solúvel registrou o embarque equivalente a 3,392 milhões de sacas, respondendo por 9,4%. Na sequência, aparecem a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 1,434 milhão de sacas (4%), e o produto torrado e torrado e moído, com 42.424 sacas (0,1%).
CAFÉS DIFERENCIADOS
Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 17,5% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e novembro de 2022, com a remessa de 6,324 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa queda de 9,4% na comparação com os 6,981 milhões de sacas embarcados pelo país no mesmo período do ano antecedente.
O preço médio do produto diferenciado ficou em US$ 282,89 por saca, proporcionando uma receita de US$ 1,789 bilhão nos 11 meses, o que corresponde a 21% do obtido com os embarques totais. No comparativo anual, o valor é 42,4% maior do que o apurado no mesmo intervalo anterior.
No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados de janeiro a novembro deste ano, os Estados Unidos estão na ponta, com a importação de 1,520 milhão de sacas, o equivalente a 24% do total desse tipo de produto exportado. Na sequência, vêm Alemanha, com 1,097 milhão de sacas e representatividade de 17,3%; Bélgica, com 811.104 sacas (12,8%); Itália, com 394.358 sacas (6,2%); e Japão, com 291.271 sacas (4,6%).
PORTOS
O complexo marítimo de Santos (SP) segue como o principal exportador dos cafés do Brasil em 2022, com o envio de 29,095 milhões de sacas, o que equivale a 80,7% do total. Completando a lista dos três primeiros, aparecem os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 14,9% dos embarques, com a remessa de 5,357 milhões de sacas nos 11 primeiros meses de 2022, e Paranaguá (PR), com a exportação de 327.932 sacas (0,9%).
O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil está disponível no site do Cecafé: https://www.cecafe.com.br/.
Fonte: Gestão de Comunicação do Cecafé