A semana foi a mais positiva para o mercado acionário europeu em mais de dois meses, empurrada por indicadores animadores vindos da Alemanha, e por uma diminuição da enxurrada de notícias ruins e preocupantes do sul da Europa.
Nos Estados Unidos o discurso do FOMC (equivalente ao COPOM brasileiro) também animou os investidores que resolveram vender títulos de renda-fixa e aumentar suas exposições em ações, ajudando o Dow Jones a atingir o mais alto patamar desde 31 de dezembro de 2007.
O mercado de café na ICE fez uma nova mínima na segunda-feira, 181.05 centavos de dólar por libra-peso, negociando dentro de um intervalo estreito durante as outras sessões. A queda em cindo dias foi de US$ 5.09 por saca, com desempenho similar na BM&F. Londres fechou com perda de US$ 1.00 por saca.
O comportamento do físico para os cafés naturais tem sido mais franco, ou em outras palavras os diferenciais se tornaram mais atrativos para compradores que aproveitam para fazer alguns negócios. O motivo de não fazer mais negócios parece estar relacionado com o psicológico afetado pela queda do terminal e do basis juntos, e também do aparente grande volume de fixação do flat-price (bolsa) a patamares bem mais altos – o que limita e assusta os traders.
Já os produtores tentam manter os nervos controlados, digerindo apenas parcialmente a forte queda no ano.
Informações sobre estoques nos países consumidores, divulgadas durante a semana, mostraram que nos Estados Unidos havia 4,500,017 sacas no final de fevereiro, uma queda de apenas 6,793 sacas comparado com janeiro, enquanto na Europa a queda em janeiro foi de 343,424 sacas, estando no final do mês em 9,689 milhões de sacas. A dúvida dos participantes é quanto há estocado no Brasil, dado o volume exportado e as ofertas que apareceram recentemente no mercado.
A movimentação da moeda brasileira apontada por um grande banco de investimento em estar sobrevalorizada em torno de 20%, fez com que alguns altistas também ficassem mais cautelosos.
O fato é que a grande safra brasileira 2012/2013, que segundo a mídia televisiva e escrita está por trás da queda de 20% no ano do “C”, não é um monstro como estão falando, haja vista que a produção da variedade arábica será menor do que o último ciclo de alta de produção.
É importante separar o joio do trigo, ou o arábica do conillon, que segundo diversas estimativas indicam que o volume do último passará de 16 milhões de sacas. Logo se na safra 10/11 o país produziu 42 milhões de arábica e 14 milhões de conillon, e agora produzirá 39 milhões de um e 16 milhões de outro – justamente depois dos estoques do arábica terem sido os mais utilizados – a conclusão é que o pequeno superávit será insuficiente para absorver o déficit que teremos na safra 13/14.
Não é nada não é nada, é alguma coisa sim!
Cuidado com as opiniões e noticiários que normalmente se tornam altistas próximos das “máximas” e baixistas próximos das “mínimas”.
Tenham uma excelente semana e muito bons negócios,
* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
Fonte: Archer Consulting