Escassez de mão-de-obra e custos mais altos reduzem produção de café da Guatemala
Essas estimativas estão detalhadas no relatório mais recente do Serviço de Agricultura Estrangeira (FAS), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), sobre o setor cafeeiro guatemalteco, que, como muitos setores cafeeiros de nível nacional na América Latina, está lidando com a escassez de mão-de-obra ao mesmo tempo em que enfrenta preços de fertilizantes acima do normal e outros custos variáveis.
De acordo com o relatório da Guatemala, outras culturas mais lucrativas estão superando o café em algumas áreas-chave de cultivo. “Uma tendência contínua de diversificação do café com cultivos como banana, banana-da-terra e cacau, em áreas de várzea, também pode reduzir a produção de café. A Associação Nacional do Café da Guatemala (Anacafe) está considerando a introdução de variedades robusta de alta qualidade nessas áreas”, escreveu o relatório. “Além disso, culturas mais lucrativas, como o abacate, estão começando a substituir o café no departamento de Sololá, em torno do lago Atitlan. Essas culturas de rendimento muitas vezes subsidiam a safra de café no nível familiar”.
A agência agora estima que a produção de café da Guatemala, em 2023/2024, cairá para 3,43 milhões de sacas de 60 kg, 1% abaixo das estimativas revisadas para 2022/2023 e 3% abaixo do ano de 2021/2022. Estima-se que as exportações caiam a um ritmo ainda mais rápido, com queda de 6% em 2023/2024.
O relatório afirma repetidamente que a produção e até mesmo a qualidade estão sendo impactadas negativamente por duas forças simultâneas: custos de produção mais altos e menos trabalhadores disponíveis.
“A migração e as remessas contribuíram para diminuir a disponibilidade de mão-de-obra, principalmente no setor agrícola, onde a mão-de-obra é particularmente extenuante, e algumas áreas plantadas foram abandonadas, especialmente em Huehuetenango e Alta Verapaz”, afirma o relatório. “Os custos de produção aumentaram 60% e poucos agricultores podem pagar mão-de-obra especializada para identificar e colher apenas cerejas vermelhas maduras, reduzindo a qualidade geral”.
Apesar desses desafios, o relatório destaca o trabalho que está sendo feito pela Anacafe, bem como por ONGs internacionais, grandes compradores do setor privado e outros na revitalização do setor cafeeiro guatemalteco por meio de novos plantios, diversificação de variedades, iniciativas trabalhistas, seguro agrícola e outras atividades benéficas.
Os Estados Unidos continuam sendo, de longe, o principal destino das exportações de café guatemalteco, importando, aproximadamente, 1,5 milhão de sacas em 2022/2023, aumento de 16% em relação ao ano anterior.
De acordo com o relatório da FAS, “a Guatemala foi o nono maior exportador de café do mundo em 2021/2022, com o café representando 25% das exportações agroindustriais do país e sendo o terceiro produto de exportação mais importante”.
As informações são do Daily Coffee News / Tradução Juliana Santin
Fonte: Café Point