Com alta de 15%, safra de café deve bater recorde no nordeste paulista
A estimativa é da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), que tem sede em Franca (SP) e reúnem 3,1 mil agricultores – o grupo é responsável por cerca de 11% do total de café arábica produzido no país.
O superintendente da entidade, Saulo Faleiros, afirma que o clima favoreceu a manutenção das lavouras. Diferente das estiagens registradas nos dois últimos anos, as chuvas regulares em 2016 contribuíram para o crescimento das plantas e a maturação dos frutos.
“O mercado também tem colaborado, mantendo os preços em patamares que são remuneradores para nossa atividade. Então, é um momento de tranquilidade, mas, ao mesmo tempo, de cautela porque estamos recuperando os prejuízos anteriores”, afirma.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) apontam que a saca de 60 quilos de café arábica é vendida por R$ 567,32, alta de 22,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O café nesse patamar de preço remunera a atividade. Não deixa uma margem tão favorável para dizer que estamos em um momento de tranquilidade, mas remunera o cafeicultor que é profissional, que é dedicado ao seu negócio”, diz Faleiros.
Um deles é Wanderlei Cintra Ferreira, cuja propriedade fica em Ribeirão Corrente (SP). Ele afirma ter plantado 100 hectares de café, dez a mais do que na última safra. A colheita já superou em 20% a expectativa inicial.
“O mês de outubro e novembro está chovendo bem e isso para nós é muito importante. Esse grão que está aí, já é uma tranquilidade para nós. Ele vai continuar crescendo, maturando com um proveito muito grande para o próximo ano”, diz.
Apesar da boa fase, o superintendente da Cocapec lembra que a safra do café é bianual, ou seja, a alta da produção não deve se repetir em 2017. Por isso, a orientação é que os cafeicultores não deixem de investir nas lavouras, de olho nos resultados em 2018.
“O produtor deve fazer todo investimento necessário para que essas lavouras se recuperem o mais rápido possível. A dica é realmente deixar as lavouras preparadas, e torcer para que as condições climáticas sejam favoráveis nesses dois anos”, diz Faleiros.
Fonte: G1 Ribeirão e Franca e EPTV Ribeirão