Colheita da safra de café começa no Norte do Paraná

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Expectativa é que a produção seja melhor em 2023 em comparação ao ano anterior.

Na propriedade de Daiana Gomes Maya e de Diego José Esko, em Londrina, no norte do Paraná, os pés de café esbanjam beleza. A área tem aproximadamente três mil pés.

O casal trabalha com a cultura há apenas três anos e, nesta safra, decidiu fazer uma colheita diferente, para dar à produção a qualidade exigida aos chamados cafés especiais.

“Para o especial, o principal, na colheita, é pegar a melhor maturação que você conseguir, secar de forma adequada,” diz Daiana. “Fazemos a colheita [de forma] toda manual, mais selecionada, que é o grão mais maduro, maior. E no café normal, que às vezes cai um seco, um pouco mais verde, colocamos tudo junto.

Para facilitar a colheita, duas variedades de café diferentes foram plantadas na propriedade. Isso acontece principalmente em lugares em que há pouca mão de obra e onde o processo não é mecanizada.

“Trabalhamos com variedades diferentes, porque tem um período diferente para conseguirmos fazer uma colheita adequada. Nossa perspectiva é colher pelo menos o dobro do ano passado. Por conta do clima, alguns pés do ano passado, que não estavam produzindo, vão produzir”, explica Daiana.

A área do cultivo do café no Paraná este ano está em torno de 25,8 mil hectares, praticamente a mesma do ano passado, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral).

Mas o clima colaborou e a estimativa é colher 41,7 mil toneladas, quase 43% a mais do que em 2022, quando foram colhidas 29,2 mil toneladas.

“Tivemos uma pequena seca, mas que não interferiu de forma negativa. Este ano teremos uma produtividade boa, o café se desenvolveu bem, então é uma expectativa boa”, diz Romeu Gair, engenheiro agrônomo do IDR.

“Uma característica natural da cultura do café é que em um ano ela produz muito e no outro ano ela produz menos. Essa característica da bienalidade é interessante, porque em um ano tem uma grande safra e pode ser por talhão. Então, se em um ano um talhão produz muito, no outro produz pouco.”

“Este ano, deu várias floradas, em anos anteriores deu muita seca. Este ano choveu mais, e o café floresceu mais vezes, então está bem irregular a maturação dele”, diz o produtor Diego José Esko.

A região norte é responsável pela maior parte da produção do café no estado. A colheita, que já chega a 30%, deve se estender até outubro. Esta semana, a saca do café arábica, a espécie produzida no Paraná, foi vendida a R$ 764 – e já esteve em torno de R$ 850 reais no início do ano.

“A expectativa do preço pelo produtor era melhor. Nós tivemos nos últimos dias algumas questões de mercado internacional que fizeram o preço do café diminuir, mas são fases e isso depende da questão da produção e consumo no mundo”, afirma Gair, do IDR.

Segundo o engenheiro agrônomo, não há perspectivas de grandes alterações no preço para o consumidor final. Mesmo assim, um bom café é essencial na mesa de muitos brasileiros, que não deixam a paixão de lado.

“O café eu acho que é uma paixão nacional. Quando começamos a produzir o nosso próprio café, torra, começamos a valorizar aquilo que produzimos e o que estamos tomando. Para acordar, não acordamos sem café. Tem que tomar primeiro o café para depois começar o dia”, diz Daiana.

Fonte: G1. Veja matéria completa AQUI