CNC será o representante brasileiro em projeto internacional de desenvolvimento das áreas cafeeiras

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Um grupo de pesquisadores internacionais da Columbia University e da Sophia Oxford, lançou o projeto “Multidimensional Poverty Index MPI” (Índice Multidimensional de Pobreza), que busca promover um estudo multidimensional, para a coleta de dados em regiões produtoras de café no mundo todo.

O objetivo é criar métricas de georreferenciamento e índices locais para entender a realidade de cada região, sendo possível criar políticas públicas, investimento privado e programas de desenvolvimento regional com base na mitigação da pobreza (no caso dos países menos desenvolvidos), e na implantação da renda próspera (no caso de países como o Brasil).

A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC) será a catalizadora dos estudos e intermediará o papel da iniciativa privada para a promoção do projeto.

Brasil representado pelo CNC

O Conselho Nacional do Café (CNC) foi convidado a ser o representante oficial do Brasil na missão. O programa vem sendo financiado pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina. O grupo de estudos se reuniu pela primeira vez com o CNC no dia 03 de março. Participaram da reunião Juan Esteban (Federación Nacional de Cafeteros – FNC), Juan Mesa (FNC), Lisa Sachs (Diretora, Columbia Center on Sustainable Investment), John Erik H Biberman (Columbia University), Ana Claudia Cunha Costa (Columbia University), Jamie Coats (CEO da Wise Responder e cofundador da SOPHIA Oxford), Silas Brasileiro (CNC) e Natalia Carr (CNC).

Durante a videoconferência foi solicitada a indicação de uma região do Brasil para que os dados possam ser coletados e demonstrem a realidade das áreas produtoras de café do país. O presidente do CNC, Silas Brasileiro, colocou de uma forma transparente como se produz café no Brasil, relatando o trabalho das cooperativas que assistem – tecnicamente e com insumos – os produtores nacionais, a pesquisa desenvolvida através da Embrapa Café, o apoio financeiro por meio do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) que é, em síntese, um banco dos produtores de café. Além disso, explicou como funciona a representação da iniciativa privada através da produção, das indústrias do café solúvel, do torrado e moído, além da exportação, dentro do Conselho Deliberativo Política do Café (CDPC), tendo representantes do governo e da iniciativa privada.

Silas destacou ainda que no Brasil, o FOB (Free on Board) que se faz aos produtores corresponde a 85%, sendo o país que mais repassa o preço ao cafeicultor.

O CNC indicou a Região do Cerrado Mineiro, como área piloto, gestada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que envolve uma ampla região composta por sete cooperativas de produção, várias de crédito, inclusive com um Centro de Excelência do Café (CEC) que, dentre outras atividades, promove treinamento dos produtores.

“Importante ressaltar que inicialmente os dados serão coletados no Cerrado Mineiro, mas o trabalho se expandirá para todas as regiões que produzem café no Brasil, em que estão as cooperativas e associações vinculadas ao CNC. Essa parceria irá desenvolver a capacidade de mostrar ao mundo a realidade brasileira e a diferença entre a forma como se é produzido o café aqui, com relação a outros países, dentro do princípio da sustentabilidade”, explicou o presidente do CNC.

Os representantes do programa Lisa Sachs e Jamie Coats apresentaram a metodologia da forma como os índices serão colhidos e analisados. Através disso, será possível entender as necessidades básicas de cada região produtora no Brasil, em comparação com as demais, com o objetivo de mitigar a pobreza nos países subdesenvolvidos e promover programas para fomentar a renda próspera aos produtores de países desenvolvidos.

Silas Brasileiro destacou que ação como essa vai ao encontro com o que foi planejado quando da sugestão pela Força-Tarefa Público-Privada da Organização Internacional do Café (OIC), na construção do Novo Acordo Internacional do Café, do qual o CNC faz parte, que busca proporcionar melhores condições de produção aos cafeicultores. “Lisa e Jamie destacaram que a ideia é trazer o modelo desenvolvido por eles, entretanto, que a participação e o envolvimento de todo o setor produtivo são fundamentais para que o modelo seja adaptado à realidade de campo e da produção brasileira de café”.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNC