Cafeicultores de Três Pontas se unem e reivindicam melhorias para o setor

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Três Pontas amanheceu sob ares de protesto na última quinta-feira (04). O movimento “Acorda Cafeicultura”, organizado pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Três Pontas e SINCAL (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), mobilizou produtores de café que se uniram para reivindicar melhoras para o setor. Logo cedo, barreiras com pneus e palha de café que foram incendiadas bloqueavam as rodovias que dão acesso a Três Pontas, principalmente a MG-167. O trânsito ficou complicado na parte da manhã, tanto para quem saía, quanto para quem chegava ao município. Mas a situação se normalizou com a movimentação de todos com destino à praça Cônego Vitor, local escolhido para ser o centro da manifestação. 

 

Por volta de 9h da manhã os primeiros produtores começaram a chegar ao Centro da cidade a pé ou em carreata com caminhões, ônibus, carros e maquinários. A praça Cônego Vitor ficou tomada por implementos e pessoas que ouviram da direção do movimento a pauta de reivindicações para o setor cafeeiro, que enfrenta novamente um dos piores momentos da história com o preço da saca de café abaixo de R$300,00. Preço este que não custeia a produção da saca de 60 Kg. Segundo o tenente, Bruno Neves, da Polícia Militar de Três Pontas, que fez a segurança da manifestação, a mobilização foi pacífica e cerca de 600 pessoas estiveram concentradas na praça no movimento em prol da cafeicultura.

Na oportunidade, os cafeicultores exibiram faixas de protesto e gritaram palavras de ordem. Muitos estavam com “nariz de palhaço”, distribuído pela organização, para representar como realmente se sentem perante a política nacional voltada para o agronegócio café. Após a execução do Hino Nacional, foi lida a pauta de reivindicações elaborada pelo movimento “Acorda Cafeicultura”. Onze itens integram o documento que foi lido na íntegra e que, segundo a coordenação, será entregue em Brasília às autoridades políticas.

Entre as reivindicações, destacam-se alguns itens que há muito tempo atormentam os cafeicultores como a redução do custo de produção, com a desoneração da folha de pagamento e redução de impostos para insumos, óleo diesel, energia elétrica e maquinário; as mudanças na legislação do café comercializado no mercado interno, com foco na pureza da bebida, ou seja, não permitir que a indústria nacional torre resíduos do café (preto/verde/ardido); a implementação de um programa de opção e o Pepro justos de maneira imediata, ou seja, garantir um preço de venda compatível com o custo de produção; a prorrogação dos compromissos e financiamentos vencidos este ano e vincendos em 2014; a suspensão imediata de recursos para financiamento de novos plantios de café; e a transparência do Funcafé ou até mesmo a instauração de uma CPI para investigar o mesmo.

Além disso, anexo à pauta com as reivindicações do setor, os produtores também determinaram uma pauta de reforma política. Entre os itens exigidos ressalta-se a revisão do número de partidos políticos no país, a não obrigatoriedade do voto e a punição para políticos com “ficha suja” com o desligamento dos mesmos de suas funções públicas. Foi elaborada ainda uma pauta para reforma fiscal, que sugere a existência de um imposto único no país com alíquota de 3,5% sobre as movimentações financeiras, eliminando os já existentes nas esferas Federal, Estaduais e Municipais. O objetivo é acabar com a corrupção, a lavagem de dinheiro e reduzir a burocracia. O “Acorda Cafeicultura” terminou por volta das 11h com uma carreata pelas ruas do Centro. Muitas pessoas acompanharam a pé, segurando faixas com mensagens de protesto.

Texto e fotos: André Silva Rosa

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