Cafeicultor do Brasil vende no disponível, negócios para 24/25 travados, diz Safras

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As vendas da safra 2024/25 de café do Brasil, que terá a colheita iniciada nos próximos meses, continuam “travadas”, disse a consultoria Safras & Mercado, com produtores preferindo realizar negócios no mercado disponível à espera de melhores preços adiante, à medida que se aproxima o inverno e aumentam os riscos de geadas.

Em termos gerais, as vendas da próxima safra brasileira alcançam apenas 10% do potencial produtivo.

“Um percentual bastante baixo de vendas se comparado a períodos anteriores, quando as vendas (para a nova safra) representavam entre 20% e 25% da produção”, disse o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach.

Segundo ele, a aposta com o inverno no Brasil, diante da transição do El Niño para neutralidade, é uma das justificativas para essa postura. Além disso, afirmou o consultor, o mercado invertido na ICE US — posição setembro 2024 é negociada em um valor mais baixo que a posição spot maio — acaba deixando a ideia de preço para fixação antecipada de safra nova muito próxima da praticada no disponível.

Já os negócios da safra velha no mercado disponível evoluíram cinco pontos percentuais em relação ao levantamento do mês anterior, para 79% do volume estimado, somando mais de 51,6 milhões de sacas de 60 kg de um total de 65,53 milhões de sacas.

“O maior otimismo em relação à safra 2024 e o grande volume de café da safra 2023 ainda na mão do produtor serviu de estímulo às vendas”, disse o consultor, citando também a alta nos preços no final do ano, que se estende nesse início de 2024.

Para ele, esse interesse de venda tende a crescer ao longo dos meses de março e abril, com a chegada dos primeiros lotes da nova safra e diante da necessidade de caixa de alguns produtores para cobrir as despesas com a colheita.

A negociação da safra velha está ligeiramente adiantada em relação ao ano passado, quando o índice nesta época era de 78% da safra passada, e um pouco abaixo da média de cinco anos para o período (81%).

Sobre a safra nova, a consultoria afirmou em relatório que a ideia preliminar é que as vendas de café arábica giram em torno de 12% do potencial da safra brasileira, enquanto nos canéforas o comprometimento de venda fica em torno de 5% da produção.

No caso do arábica, o percentual de vendas antecipadas nessa época do ano giraria entre 25% e 30%.

Fonte: Por Roberto Samora – Reuters/Notícias Agrícolas