Café brasileiro no Oriente Médio pode render US$ 96,3 milhões em negócios em 2024

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Participação na World of Coffee e missão comercial com Emirados Árabes, Arábia Saudita, Índia, Holanda e Rússia, em Dubai, pode render US$ 96,3 milhões

Empresários brasileiros vêm ampliando networking e negócios com empresários e investidores do setor cafeeiro no Oriente Médio, região que importou 47% a mais dos cafés do país em 2023. A participação de uma delegação nacional na World of Coffee Dubai 2024 e a realização de uma missão comercial podem render ao Brasil US$ 96,3 milhões em negócios.

De 21 a 23 de janeiro, por meio do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), empresários brasileiros do segmento de cafés especiais realizaram, nesta que foi a terceira edição da feira, contatos comerciais com 389 clientes, sendo 203 novos, o que rendeu US$ 7,1 milhões em negócios na feira e o prognóstico para a concretização de mais US$ 51 milhões ao longo dos próximos 12 meses, valor 2% superior ao aferido na edição anterior.

Previamente ao evento, no dia 20, foi realizada uma missão comercial com empresários e investidores dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Índia, Holanda e Rússia, que proporcionou 55 contatos comerciais, sendo 53 novos clientes, e gerou US$ 12,2 milhões pontuais e a projeção para a realização de mais US$ 26 milhões até janeiro de 2025. Ao se consolidarem esses números, as iniciativas em Dubai poderão render um total de US$ 96,3 milhões ao Brasil.

De acordo com o diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, os países do Oriente Médio vêm ampliando significativamente o consumo de café, o que foi diagnosticado pela entidade em 2020, quando participou pela primeira vez de evento em Dubai. “De lá pra cá, ampliamos o trabalho de promoção de nossos cafés especiais e temos conseguido atender à crescente demanda local, onde observamos multiplicação de cafeterias e grandes investimentos realizados por empresas e governos na cena cafeeira”, comenta.

Em 2023, o Oriente Médio aumentou em 47% as importações de todos os tipos de cafés do Brasil, respondendo por 6,8% dos embarques nacionais do produto. O volume adquirido saltou de 1,821 milhão de sacas, em 2022, para os atuais 2,670 milhões de sacas, conforme números do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Esse crescente desempenho na região vem atraindo investimentos de multinacionais do segmento cafeeiro e contribuído para que o Oriente Médio seja ponto focal das principais cadeias internacionais de café, o que tem gerado a aparição e a otimização de muitos operadores no local. Além do aumento no consumo regional, notamos que Dubai vem se transformando em um hub global, com multinacionais locais adquirindo o café para reexportação”, analisa.

WORLD OF COFFEE DUBAI
A terceira edição da feira, que é organizada pela DXB Live em colaboração com a Specialty Coffee Association (SCA), teve público superior a 13 mil pessoas e contou com mais de 1.650 expositores e marcas de 51 países. Hoje, a World of Coffee Dubai é um centro internacional relevante, reunindo partes interessadas de todos os segmentos da cadeia produtiva mundial, principalmente do Oriente Médio, Europa e Ásia, e promovendo valioso networking. A quarta edição da exposição está prevista para 10 a 12 de fevereiro de 2025.

Neste ano, a participação brasileira ocorreu em um estande com village, sala de cupping, com 10 sessões de degustação realizadas, sala de reunião e um brew bar, comandado pelo campeão brasileiro de Brewers Cup, Rubens Vuolo, que preparou cafés do Brasil de diferentes regiões e espécies (arábica e canéfora) em diversos métodos de preparo (filtrados e espresso).

Já no dia 20, Vuolo apresentou as regiões brasileiras aos empresários e investidores dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Índia, Holanda e Rússia. O grupo conheceu mais sobre as questões sensoriais dos cafés nacionais através da degustação da bebida de seis origens produtoras diferentes do país, de diferentes espécies e servidas em processos de preparo distintos, “despertando grande interesse e muita surpresa com a alta qualidade dos cafés produzidos pelo Brasil”, revela Estrela.

Além disso, no dia 23 de janeiro, a delegação nacional visitou a divisão de café da Dubai Multi Commodities Centre (DMCC), maior zona alfandegária do Oriente Médio, com torrefação e centro de distribuição do produto para a região. Os empresários conheceram os benefícios e as oportunidades do hub para melhores distribuição e preparo dos cafés.

Fonte: Revista Cafeicultura / Por BSCA