Brasil vai lançar candidatura de José Sette para a OIC
O governo brasileiro ainda não oficializou seu candidato à OIC, mas o nome de Sette – que hoje dirige o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC) – tem amplo apoio de entidades representativas do segmento cafeeiro, incluindo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Conselho Nacional do Café (CNC) e integrantes da indústria.
O Valor apurou que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, já indicou Sette para a disputa, e o Itamaraty começou, nos bastidores, uma campanha por meio da embaixada brasileira em Londres para costurar apoio em torno da candidatura de Sette junto aos outros 76 países-membros da OIC.
O governo brasileiro procurou se movimentar rapidamente após a decisão da OIC de conduzir um processo de sucessão de forma ágil, disse uma fonte do Itamaraty. O organismo internacional decidiu em sua última reunião colegiada, no começo da semana, que os países interessados terão até 23 de fevereiro para lançar seus candidatos e que a votação para escolha do próximo diretor executivo ocorrerá entre os dias 13 e 17 de março.
A ordem na entidade é agilizar ao máximo a escolha. Além disso, segundo a mesma fonte, a partir de agora o candidato eleito terá um mandato de cinco anos sem possibilidade de recondução ao cargo, o que é possível hoje.
Essa mesma fonte afirmou que a escolha de Sette como candidato do Brasil à OIC está alinhada com a estratégia de Brasília de “maximizar as chances” de um novo brasileiro ganhar o pleito. Um brasileiro à frente da OIC faz parte da política externa do Brasil, uma vez que o país é maior produtor e exportador mundial de café e segundo maior consumidor do produto.
Sette tem 61 anos e é graduado em administração pela universidade americana de Yale e exerceu diversos cargos, sobretudo no setor privado. Foi dirigente dos extintos Instituto Brasileiro do Café (IBC) e Associação Brasileira dos Exportadores de Café na década de 1980, e atuou como trader no mercado de café. Também teve uma passagem pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Já ocupou postos na OIC e foi diretor interino da entidade antes da escolha de Robério Silva para o primeiro mandato, em 2011.
A pessoas próximas, Sette diz ser um “defensor do multilateralismo”. Caso venha a ser o próximo diretor-geral da OIC, terá como desafios aperfeiçoar a base de dados estatísticos da entidade e buscar financiamentos para projetos na área de sustentabilidade, segundo uma fonte do governo.
Fonte: Valor (Por Cristiano Zaia)