A presidente do FED foi cautelosa em um discurso dado em Nova Iorque amenizando o tom de uma proximidade do aumento dos juros nos Estados Unidos indicados por alguns delegados que compõe o FOMC (equivalente do COPOM brasileiro). Como os investidores estão ansiosos para fisgar uma indicação de uma normalização da política monetária americana, a resposta a um potencial protelamento de juros mais “altos” pressionou o índice do dólar.
Curiosamente o enfraquecimento do dólar deu gás apenas para o S&P500, Dow Jones e o Nasdaq enquanto os principais índices de bolsa europeus e os de commodities fecharam com perdas nos últimos cinco dias.
As matérias-primas energéticas lideraram as baixas e empurraram o CRB para o nível de quatro de março – deixando inclusive um “gap” na sexta-feira. Neste cenário o contrato “C” da ICE só não escorregou mais provavelmente em função do Real Brasileiro ter recuperado um pouco, deixando as cotações virtualmente inalteradas na semana – depois de negociar a US$ 124.40 cts/lb. O robusta teve comportamento similar, mas encerrou nas mínimas da semana.
O fluxo de negócios nas origens foi mais calmo com os terminais mais erráticos e os diferenciais pouco se moveram, muito embora alguns agentes apontaram um leve barateamento nas ofertas – que continuam não encontrando demanda.
Na Colômbia as chuvas começaram a voltar no centro e sul do país e precisam continuar para não prejudicar a safra-principal. A mitaca, safrinha, deve entrar com mais volume em algumas semanas.
No Vietnã já se comenta em perdas devido às poucas chuvas nos últimos meses, mas o período de chuvas de normalmente é iniciado no fim de Abril, portanto vamos monitorando. As exportações daquele país em março devem totalizar 2.67 milhões de sacas, acumulando um total de 13.24 milhões de Outubro a Março – 19.9% acima do ano anterior.
No Brasil a expectativa agora gira em torno de uma eventual antecipação da safra 16/17 em função da florada que foi mais cedo no ano passado. O clima também deve ser acompanhado, pois chuva durante a colheita tem um potencial bastante positivo para as cotações. As exportações de março segundo o Ministério do Comércio Exterior foram praticamente idênticas a fevereiro – para os números da CECAFÉ são esperados entre 2.7 e 3 milhões de sacas embarcadas.
Os fundos mantiveram suas posições inalteradas entre 23 e 29 de março, estando comprados em 19,068 lotes. As casas comerciais reduziram em mil contratos tanto o lado comprado como vendido, nada significativa a movimentação.
O fechamento da semana da esperança aos baixistas e aos altistas. O rompimento do nível de US$ 122.30 cts pode acelerar a queda e, dada a posição comprada dos especuladores, atrair uma liquidação que pressione os preços para próximo das mínimas anteriores. Já na parte de cima do gráfico precisamos ver o maio buscar o patamar de US$ 130.00 centavos por libra para então tentar buscar novas máximas.
Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,
* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
Fonte: Archer Consulting – Assessoria em Mercados de Futuros, Opções e Derivativos Ltda