Analista internacional vê preços do café suscetíveis a novas altas com surto de broca no Brasil
Em 2018, o Brasil terá um ano de produção alta, diferente da safra 2017/18 que é de bienalidade negativa, podendo chegar a “produção superior a 60 milhões de sacas” entre arábica e robusta (conilon), estabelecendo um recorde de acordo com Ganes-Chase. As áreas de robusta no país estão em condições melhores de clima e ajudam nesse resultado.
Essa perspectiva otimista para a safra do Brasil pode ser minada, segundo a analista internacional, pelo surto de broca do café, que se propaga com a proibição do uso de um produto devido aos riscos à saúde humana, mas que era eficiente no controle da praga. “Se a situação for deixada de lado, pode potencialmente criar estragos para a próxima safra, disse Ganes-Chase.
A próxima temporada, que deve ser de produção recorde no Brasil, pode ajudar no reabastecimento dos estoques do país. “Há pouca margem de manobra para a questão da produção, tendo em vista os modestos estoques dos países produtores”, afirma Ganes-Chase, que ainda alerta que “os futuros estão “vulneráveis a uma corrida ascendente” por causa da praga “e a situação deve ser monitorada cuidadosamente”.
O Vietnã, maior produtor de robusta e segundo produtor de café classificado do mundo, “também precisa ser monitorado” por conta das chuvas excessivas, disse a analista internacional. “O Vietnã continua a ser inundado com episódios de clima extremamente úmido – mais do que o habitual – está começando a suscitar preocupações”. A próxima safra [2017/18] está em desenvolvimento no país.
As preocupações seguem uma safra 2016/17 vietnamita de baixa qualidade, que “contribuiu para uma sensação de estanqueidade da oferta de robusta nesta temporada”, embora pareça que as plantações tenham escapado de danos graves com as inundações.