Alta no preço do café pode impulsionar economia em Varginha

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As especulações em torno do alto preço do café têm dominado as conversas sobre o consumo no varejo, isso porque se o valor do produto bateu recorde no mês de março e pode alavancar o número de vendas para os próximos meses. Especialista na produção do café, Lúcio Caldeira ratifica que principalmente em Varginha as expectativas para as conseqüências desse crescimento são positivas.

“A ideia básica que tem que se ter é a de que Varginha é uma cidade que ainda tem no café seu maior valor de arrecadação. Em março de 2010, o preço do produto estava em uma média de R$ 270,00 a saca, neste mesmo período em 2011 o valor médio é de R$ 520,00. Ou seja, o dobro do ano anterior. O resultado disso para o consumo ainda não pode ser computado de uma maneira objetiva, mas com certeza haverá um efeito automático desse aumento”, afirma.

De acordo com informações da ACIV (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Varginha), os valores derivados do Café representam 60% da arrecadação do município, fato que caracteriza a cidade como uma das 1.200 que possuem o item como principal fonte de renda. “Outro fator importante a ser lembrado, é que além do desenvolvimento do consumo que gira a engrenagem da economia, a valorização do café irá aumentar a receita e esse capital renovado será significante para o município”, completa Lúcio.

O especialista ainda explica que existem diferentes focos para analisar essa alta. Um deles é o de que o valor final nas prateleiras será afetado, mas como este é um produto de demanda inelástica o reflexo será pequeno. “Não existe um substituto para o café, o cidadão vai perceber esse aumento e pagará por ele. No muito, uma alternativa será buscar marcas mais baratas. O que não vai acontecer é o varginhense tirá-lo da lista de seus itens de cesta básica”.

Reflexos em Varginha

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista – Sindvar, Aureliano Zanon Alves, os reflexos podem chegar rápido ao consumo comercial da cidade. “Possivelmente veremos um aumento no número de vendas esse ano, relacionado a essa alta. Isso porque com a maior renda dos produtores, teremos um efeito cascata nos produtos de varejo e prestação de serviços. Sendo que os investimentos de produção irão acrescer a demanda de seus fornecedores e o próprio pagamento dos que trabalham na lavoura. Esperamos que 2011 será um melhor ano para o varejo do que foi o 2010”, acrescenta.

Também otimista com os resultados da alta, o presidente do Centro do Comércio do Café de Varginha, Archimedes Coli Neto, diz que o consumidor perceberá os valores discrepantes dos diferentes tipos de café nas prateleiras dos supermercados. “Esse novo preço facilitará o surgimento de novas marcas, e o cliente poderá enxergar uma vasta variedade de preços. Desde os produtos mais comuns de preços populares até os de definição especial, de exportação, com custo mais valorizado. Hoje em dia existe café para todo o tipo de paladar”.

De todo modo, o novo valor do café representa um recomeço para os produtores e para Varginha, algo como um período para o início de um novo ciclo de consumo. “Fazia tempo que o cafeicultor esperava por essa valorização, e com certeza ela veio de uma forma a beneficiar a todos. Vamos agora esperar para ver as reações de consumo, torcendo para que a alta continue de maneira a regular o custo de produção”, finaliza Archimedes.

Fonte: Correio do Sul

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