Alta do café não chega a todos os produtores

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A forte aceleração nos preços do café não vai chegar ao bolso de todos os produtores brasileiros. Boa parte, pressionada por custos e dívidas, já havia antecipado as vendas e não obteve os bons preços atuais.

Apesar de perder esse primeiro momento de pico de comercialização, o cenário é bom para as próximas safras, e os produtores estão confiantes.

João Lopes Araujo, coordenador do Agrocafé, evento que se realiza em Salvador e que discute os cenários para a cafeicultura, diz que “o momento neste ano é de alegria, sem as lamentações dos últimos anos”.

Produtor de café fino na Bahia, Araujo admite que foi surpreendido pela forte elevação dos preços do café, mas comercializou o produto em patamares inferiores aos R$ 550 atuais por saca.

A esperança, segundo ele, é que esse patamar de preços bons permaneça por mais três anos. Os custos elevados de produção e a falta de renda dos cafeicultores provocaram um descuido com as lavouras no mundo todo, o que diminuiu a produção.

A valorização do café permitirá a revitalização das lavouras, mas os pequenos produtores serão os mais prejudicados, segundo Araujo.

Descapitalizados, os pequenos cafeicultores farão uma recuperação lenta das lavouras, podendo perder parte desse período de alta de preços que virá. Já os grandes produtores, que ainda detêm café para vender, farão investimentos acelerados e com resultados rápidos. O coordenador do Agrocafé acredita que o governo brasileiro terá de criar linhas de suporte para os pequenos produtores.

Negociado a R$ 295 por saca em março do ano passado, o café de melhor qualidade atinge R$ 550 neste mês, conforme pesquisa da Folha.

Segundo Araujo, a safra nacional ficará próxima de 47 milhões de sacas, das quais 2,5 milhões serão colhidas na Bahia.

Fonte: Folha de São Paulo

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