Alheio à pandemia, preço do café continua em alta em ano de safra recorde

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A colheita do café arábica deverá acabar nos próximos 15 dias no Sul de Minas. Com 94% dos grãos colhidos e valor do produto em alta, os números apontam para uma safra recorde em números e qualidade do café. As condições climáticas ideais da lavoura, a bienalidade positiva e a alta do dólar contribuem para uma safra com quantidade, qualidade e bom preço.

O presidente do Centro de Comércio de Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG), Archimedes Coli Neto, afirma que as cooperativas e armazéns já estão lotados e o fluxo de café é muito grande. “O mercado continua em alta, subindo, mas deu uma parada na movimentação porque os armazéns estão lotados”, garantiu.

O presidente do CCCMG Archimedes Coli Neto. — Foto: Luiz Valeriano / Comunicação CCCMG

Todo esse fluxo tem garantido bons preços à bebida. O presidente do CCCMG afirmou que o café cereja é vendido em média a R$ 680 a saca e o café commoditie entre R$ 610 e R$ 620.

Archimedes acredita que a safra 2020 estará encerrada ainda em setembro e que todas as expectativas quanto à qualidade e quantidade irão se confirmar.

Qualidade e Quantidade

A bienalidade positiva em 2020 contribui para o aumento da quantidade de café. Já a falta de chuva durante quase toda a colheita contribuiu para aumentar a qualidade dos grãos.

“Excelente. Foi um ano muito bom, tanto de produção, quanto de qualidade de fruto. Os fatores climáticos ajudaram muito. Deu tudo muito certo, inclusive o câmbio está favorável para o produtor vender seu café”, garantiu Julian de Carvalho, coordenador estadual de cafeicultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).

O coordenador estadual de cafeicultura da Emater-MG, Julian de Carvalho. — Foto: Arquivo Pessoal

Ele explicou que a produção de 2020 foi mais uniforme.

“Choveu nos momentos cruciais da lavoura, no enchimento dos grãos… Tudo direitinho. E não teve nenhuma circunstância que fizesse com que, aquele grão que saiu com qualidade da lavoura, perdesse essa qualidade”, completou.

Julian compara o ano de 2020 com o ano de 2019. “O ano passado teve chuvas mais irregulares. E por isso, florada irregular. Na hora da colheita você tinha juntos frutos maduros, verdes e quase passando do ponto. Em 2020 foi tudo uniforme”, contrastou.

O Diretor Administrativo da Cooperativa Agrária de Machado (Coopama), Fernando Caixeta Vieira diz que os cafés que chegam na cooperativa apresentam qualidade excepcional.

“É o que o mundo está precisando. Estão buscando esses cafés de qualidade. À medida que a pandemia vai cessando e permitindo a abertura da Europa, países asiáticos, Brasil e Estados Unidos, a procura tem aumentado”, disse.

O Diretor Administrativo da Coopama, Fernando Caixeta Vieira. — Foto: Divulgação / Coopama

O produtor e o preço do café

O dólar está em alta e o preço do café também. No entanto, os custos dos insumos também se elevam com o câmbio. Para Archimedes Neto, o aumento desses custos não atrapalha os ganhos do produtor. “O preço do café e dos insumos estão atrelados ao dólar. Não tem como separar. Mas eu diria que o saldo para o produtor ainda é muito compensador”, garantiu.

Assim como o presidente do CCCMG, Fernando Caixeta, da Coopama, diz que a precificação este ano está muito boa. “Sabemos que o custo gira em torno de R$ 370 a R$ 420 por saca. Preços acima de R$ 600 são bem remuneradores. Recomendamos que os produtores aproveitem esse bom momento”, disse.

O gerente de fertilizantes da Coopama, Felipe Gonçalves de Lima Dias, garante que a alta do dólar fez os fertilizantes aumentarem de preço, mas o produtor ainda está “ganhando”.

“Como o fertilizante tem matéria-prima importada, seu preço aumenta quando o dólar aumenta. Mas o café teve uma alta expressiva também. A paridade de troca está saindo melhor por conta dos bons preços da commoditie. A alta do café foi maior que a do fertilizante”, explicou.

Ainda segundo ele, os produtores estão muito otimistas com a produtividade e os bons preços do café.

Gustavo Luvizotto busca reduzir custos para aumentar o lucro. — Foto: Arquivo Pessoal

O cafeicultor Gustavo Luvizotto tem 240 hectares de café arábica em Cássia (MG) e está feliz com o valor pago pela saca. Ele contou que procura negociar sempre o melhor preço na hora de comprar insumos.

“Consegui travar o preço do adubo em janeiro com preço mais baixos para o próximo ano. Também comercializo com três cooperativas. Brigo muito, faço muita cotação antes de comprar. Também pesquiso os preços em lojas de Cássia e Franca (SP). Tudo para diminuir os custos”, comentou.

Para Fernando Caixeta, a cultura do café vive um bom momento.

“A cafeicultura vive de momentos. Tivemos anos difíceis, mas agora temos uma boa oportunidade do produtor se capitalizar”, afirmou.

Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou no início do ano uma expectativa de que o Brasil colherá mais de 43 milhões de sacas de café arábica em 2020. Em relação à safra de 2019, esse valor representa um aumento que chega a 34%. Essa diferença se dá porque 2020 é ano de bienalidade positiva, ou seja, tem produção maior.

A companhia estipula que Minas Gerais colherá 32 milhões de sacas produzidas, sendo 17 milhões só no Sul de Minas. Ainda, segundo a companhia, em meados de setembro será divulgado o balanço geral da safra 2020.

Tempos de ouro para o café — Foto: Jonatam Marinho

Fonte: G1 Sul de Minas – Coluna Grão Sagrado (Por Jonatam Marinho)

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