Setor cafeeiro une forças para combater as consequências das mudanças climáticas

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Durante a COP21 em Paris, em 2015, as autoridades governamentais mundiais se comprometeram com um acordo histórico, traçando um curso fundamentalmente novo no esforço climático global de duas décadas, adotando “contribuições nacionais determinadas” (da sigla em inglês INDCs). O objetivo é limitar o aquecimento global a um máximo de 2 °C. Na última COP realizada em Marraquexe, as partes declararam coletivamente que o “extraordinário momento sobre as mudanças climáticas mundiais é irreversível”. Apesar da situação perturbadora com as eleições presidenciais dos EUA ocorrendo ao mesmo tempo, os membros se dedicaram ao próximo passo: passar do acordo à sua implementação.

As alterações climáticas representam uma ameaça substancial para a agricultura mundial. O setor cafeeiro é particularmente vulnerável a isso, uma vez que a mudança implica na redução de terras adequadas para a produção de café, secas severas e mudanças extremas nos padrões de chuvas. Fenômenos como o El Niño já impactaram negativamente a produção de café e resultaram em perdas de produção global de aprox. 2-3% em alguns anos.

Especialistas estimam que, incluindo processamento e varejo, mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo estão empregadas no setor cafeeiro. Entre os produtores, cerca de 70% dos agricultores são famílias de pequenos produtores. Considerando que cerca de 90% do café é produzido nos países em desenvolvimento, o mesmo desempenha um papel significativo para o desenvolvimento econômico e para o desenvolvimento da subsistência rural.

Percebendo seu papel e a responsabilidade, os principais atores do sector privado, do desenvolvimento e pesquisa uniram esforços para enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas a toda a cadeia de valor do café. O resultado foi a fundação da iniciativa café & clima em 2010. Mario Cerutti, Diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Lavazza e presidente do café & clima, afirma: “Pensamos que o know-how desenvolvido nos últimos anos por meio da iniciativa precisa ser difundido para o maior número de produtores possível. A Ação Climática está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e temos de assumir a responsabilidade de responder a este objetivo com soluções eficazes “.

Atividades pioneiras demonstraram que a produtividade, mitigação e adaptação podem se complementar. A iniciativa café & clima permite que os cafeicultores do Brasil, América Central, Tanzânia e Vietnã se adaptem efetivamente às mudanças climáticas e melhorem a resiliência de seus sistemas de produção. Em diálogo com agricultores e cientistas, o objetivo da iniciativa é fazer com que o conhecimento científico e inovações disponíveis cheguem aos agricultores, consolidadas numa caixa de ferramentas publicamente acessível; permitindo-lhes responder aos desafios relacionados com o clima de forma rápida e eficiente.

Michael Opitz, Diretor Geral da Hanns R. Neumann Stiftung e visionário do café & clima, afirma: “O potencial e a necessidade de desenvolver, apoiar e expandir este e programas semelhantes são enormes. É por isso que estamos iniciando a segunda fase do café clima, levando a abordagem já única desta iniciativa para o próximo nível. No espírito de todas as atividades que realizamos nos últimos anos, quero expressar os meus sinceros agradecimentos a todos os parceiros que apoiam Missão. Eles contribuem não só financeiramente, mas também através da partilha de sua experiência e sua paixão. Ao adotar a abordagem do café e do clima em suas operações, nossos parceiros estão se tornando líderes comprometidos em difundir a adaptação em nível das propriedades rurais “.

A iniciativa café & clima está agora oficialmente lançando sua segunda fase, com atividades como por exemplo a de irrigação com baixa quantidade de água, testada nas Terras Altas no Centro do Vietnã. Outra prática valiosa é o uso de culturas de cobertura como testado na América Central. A plantação de culturas de cobertura ajuda a proteger o solo e as plantas, reduzindo a temperatura do solo e impedindo que as plantas de café sofram de stress térmico ou até mesmo da morrerem.

Ao lado do treinamento direto, os multiplicadores serão qualificados para alcançar pelo menos até 70 mil famílias de agricultores. Além disso, a iniciativa é expandida para também abordar efetivamente a mitigação das emissões de carbono na produção de café. A iniciativa café & clima da às boas vindas para que novos parceiros se juntem. Quanto mais apoio e participação essa iniciativa tiver, mais poderá dedicar sua expertise e conhecimento para combater as consequências das mudanças climáticas para os milhões de cafeicultores em todo o mundo.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fundação Neumann (Por Monique Cadorini)

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