US$ 200 CENTAVOS NA MIRA NOVAMENTE

Notícias de que os governos da Europa iniciarão um fundo de empréstimos aos bancos locais de até 100 bilhões de euros ajudaram a acalmar (um pouco) o macro no começo da semana.

Especulações de “esforços para estímulos” na Ásia e no velho continente na sexta-feira 13, assim como a divulgação acima do esperado do resultado de um grande banco americano, serviram para fazer com que os principais índices acionários não caíssem nos últimos cinco dias.

O rumor de eventuais “estímulos monetários” provocou alta nas commodities, com exceção aos contratos de suco de laranja, boi, e cacau.

O café em Nova Iorque ficou em segundo lugar entre as ganhadoras, com a subida de US$ 12.77 por saca. O robusta em Londres fechou praticamente inalterado dilatando um pouco mais a arbitragem.

O “C” teve mais uma vez a “ajuda” do clima no Brasil com expectativas de mais chuva e de frio. Soma-se a isto a posição vendida dos fundos e um cenário técnico mais positivo, e o que vimos foi o maior fechamento desde o dia 4 de abril último.

A lentidão da disponibilidade da safra 12/13 no principal produtor de café do mundo, e o que é pior a incidência de grãos de bebida fraca (riados e fermentados) em uma boa parte das amostras que têm aparecido aos exportadores, puxa os preços internos e faz com que os diferenciais não alarguem com a subida da bolsa.

Com isso aparecem cafés melhores da safra 11/12, e aos que precisam honrar seus embarques de “fine cups” não resta alternativa.

Por outro lado, como mencionado neste espaço há algumas semanas, os cafés “good-cup” descolam do terminal, ajudando aqueles que foram mais agressivos em oferecer esta qualidade.

A discussão de quanto se perdeu de qualidade por conta das fortes chuvas respinga obrigatoriamente no quanto se produzirá de cereja-descascado, justamente no ano-safra que o Brasil será entregável em Nova Iorque. Não que o tema seja relevante, mas ao menos vale notar que o potencial de entrega, que era pequeno, diminui ainda mais.

Enquanto os cafés do Brasil, que no mês de junho teve o menor volume exportado desde junho de 2008, vêm seus diferenciais se manterem firmes, os suaves, incluindo Colômbia, barateiam no mercado internacional. Reflexo da disponibilidade dos grãos, que inclusive tem aumentado os certificados da ICE, assim como de uma maior procura para alternativas mais econômicas, e também em função das férias no hemisfério Norte.

O momento para os preços futuros continua positivo, e com os fundos ainda vendidos parece que podemos ver os preços acima do intervalo que sugeri (entre 170 e 190 centavos). Os 2 dólares, ou US$ 200 centavos por libra, volta a ser um alvo para o curto prazo.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Fonte: Archer Consulting

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *