Solo do bulbo do gotejo, em cafezais, mostra piores índices de correção

Imprimir
A Indicação de adubações/calagem tem sido baseada em resultados de amostras de solo, coletadas na camada de 0 a 20 cm de profundidade. Eventualmente, também se utiliza amostras coletadas de 20-40 cm, para fins específicos. Essas amostras são retiradas na projeção da saia dos cafeeiros, local que coincide onde são feitas as fertilizações e correções.

Em lavouras de café irrigadas pelo sistema de gotejamento e, paralelamente, se pratica a ferti-irrigação, existe uma tendência a localizar mais os fertilizantes e, especialmente, em sistemas de gotejamento mal manejados, aplicando pouca água, principalmente em períodos secos, e em solos com menos argila, pode haver uma acidificação excessiva do solo na região do bulbo molhado, exigindo, assim, amostragens de solo com retirada de amostras junto ao bulbo, para aferir a situação da acidez e suas consequências nutricionais para o cafeeiro.

Foi realizada, recentemente, uma pesquisa buscando comparar a condição em que se encontravam alguns parâmetros ligados à correção do solo, em amostras tiradas no local normal, na projeção da saia dos cafeeiros e outras localizadas na região do bulbo. Ambas foram retiradas de 0-20 cm de profundidade. O trabalho foi realizado em Patos de Minas, em 11 talhões diferentes, de uma mesma Fazenda, os quais vêm sendo irrigados e ferti-irrigados por cerca de 10 anos, sendo que recebem, normalmente, as correções necessárias. As amostras foram analisadas em laboratório e os resultados obtidos, na média dos 11 talhões, estão colocados na tabela 1.

Verifica-se que para o pH e parâmetros a ele relacionados, como a saturação de Ca++, Mg++, K+ e V%, o solo na condição do bulbo apresenta todos esses valores menores, do que o solo da projeção da saia. Apenas, para o fósforo o solo do bulbo apresenta valores maiores, provavelmente pela aplicação localizada de MAP.

Essa maior acidificação, normalmente provocada por fontes nitrogenadas, deve ser corrigida, buscando correções periódicas, para neutralizar a acidez excessiva, utilizando corretivos, seja aplicado, também, via fertirrigação, como Cloreto de Ca e Mg, ou Nitrato de Cálcio, esta última mais onerosa, ou com Cal Dolomitica em cobertura, cuidando para a aplicação bem debaixo da saia do cafeeiro.

De forma complementar, devem ser corrigidos eventuais erros na irrigação e fertiirrigação. Deve-se irrigar de forma suficiente, com boa lâmina, ferti-irrigar após a retomada da capacidade de campo do solo, não usar parcelas muito altas de N de uma só vez e, no período chuvoso, fazer um a dois parcelamentos de adubação em cobertura.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello, Eng Agr Fundação Procafé e F. Santinato e R. Santinato, Engs Agrs S e S cafés)