Semana: CNC alerta para baixo nível de estoques de café no Brasil

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BALANÇO SEMANAL — 18 a 22/01/2016

 

 

 — CNC entende que projeções oficiais são condizentes e alerta para o baixo nível de estoques de café no Brasil.

 

 


1ª ESTIMATIVA DA CONAB — Na quarta-feira, 20 de janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua primeira estimativa para a safra 2016/17 de café no Brasil, apontando que a nação produzirá entre 49,13 milhões e 51,94 milhões de sacas de 60 kg. O CNC entende que os números estão dentro da realidade observada no campo e bastante próximos à expectativa inicial do Conselho, que aponta a colheita de 47 milhões a 50 milhões de sacas, e também condizente com o levantamento de 49,74 milhões de sacas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

 

Conforme anunciamos no boletim da semana passada (VEJA AQUI), a perspectiva de uma safra nos volumes prognosticados se embasa no fato de 2016 ser um ano de ciclo de alta dentro da bienalidade da cafeicultura brasileira e na melhora do clima desde o final do ano passado, que permitiu a fixação das floradas e o desenvolvimento regular dos chumbinhos.

 

 

Frente a essas considerações, o Conselho Nacional do Café recorda, entretanto, que a safra somente se desenvolverá até esse tamanho caso as condições climáticas permaneçam dentro dos níveis médios normais. Além disso, salientamos que, mesmo com uma safra maior neste ano, o volume dos estoques brasileiros de passagem deverá atingir ou ficar muito próximo a seus menores níveis históricos, haja vista que tivemos duas safras reduzidas em 2014 e 2015, devido à estiagem, e volumes recordes de exportação, superando 36 milhões de sacas, além da manutenção do consumo interno entre 20 e 21 milhões de sacas.

 

 

Se as expectativas se confirmarem em 2016, poderemos começar a observar o início da recuperação da renda para o produtor. Contudo, para que se confirme, serão precisas mais safras futuras com bons volumes e, principalmente, custos de produção e preços favoráveis, os quais harmonizem com a realidade das lavouras. O CNC entende isso como necessário porque o cafeicultor vive situação delicada no que diz respeito à alta dos insumos e defensivos, em função da valorização do dólar ante o real, e aos custos com mão de obra e seus encargos trabalhistas e sociais.

 

 

MERCADO — A semana foi marcada pelo aumento da aversão ao risco no ambiente externo, deflagrada por nova baixa dos preços internacionais do petróleo, que favoreceu a valorização do dólar. No Brasil, o real também sofreu significativa queda frente à divisa norte-americana devido ao cenário econômico doméstico. Com isso, as cotações futuras do café acumularam perdas nos últimos dias, chegando a atingir, no caso do arábica, o menor fechamento desde dezembro 2013, na quarta-feira.

 

 

Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 4,1655, com alta de 2,96% em relação ao fechamento da última sexta-feira. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros – Selic – em 14,25% ao ano gerou incertezas entre os agentes de mercado quanto aos rumos da economia brasileira, provocando a alta da divisa norte-americana.

 

 

Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1440 por libra-peso, recuperando boa parte das perdas acumuladas devido à melhora do humor nos mercados internacionais, com a recuperação do petróleo e dos mercados acionários de EUA e Europa, reduzindo, assim, as perdas para apenas 50 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na  ICE Futures Europe, também seguiram tendência negativa. O vencimento março encerrou o pregão de ontem a US$ 1.370 por tonelada, com desvalorização semanal de US$ 71.

 

 

No mercado físico nacional, as negociações continuaram limitadas pelos preços aquém das expectativas dos produtores. Por outro lado, as cotações do conilon seguiram sustentadas pela escassez do produto. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e robusta foram cotados, ontem, a R$ 488,15/saca e a R$ 390,61/saca, respectivamente, com variação de 1,67% e 1,14% em relação ao fechamento da semana antecedente.

 

 


 

 

Atenciosamente,

 

Silas Brasileiro
Presidente Executivo

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