Sem grande pressão externa, café volta a ter ganhos na ICE

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ligeiras altas, em uma sessão relativamente calma e sem maiores influências do mercado externo, o que deu possibilidade, mais uma vez, ao grão flutuar sem maiores pressões e conseguisse margens para novos ganhos.

O dia foi iniciado com volatilidade, com as cotações variando entre boas altas até bater no lado negativo da escala de preços. Entretanto, as perdas rapidamente foram superadas e o mercado passou a flutuar num nível de alta não dos mais fortes, com o maio se mantendo abaixo do intervalo psicológico de 280,00 centavos.

Ao contrário de parte da semana anterior, os mercados externos não foram predominantes para "regular" o humor das commodities, entre elas o café. A notícia mais comentada entre os participantes foi a ação militar perpetrada por alguns países ocidentais na Líbia, que teve uma leitura positiva por parte de mercados como o de petróleo, que nesta segunda-feira acumulou uma valorização de 1%.

Outras commodities tiveram algumas altas ou correções. A soja subiu, ao passo que o trigo, que teve ganhos intensos por conta da crise atômica do Japão, teve um dia de correções medianas, com as perdas não sendo das mais profundas.

No mercado de café, segundo um operador, a tendência é a volta ao curso anterior aos problemas no Japão, com os preços voltando a ser guiados pelo equilíbrio entre oferta e demanda, que mostra uma oferta escassa, notadamente de grãos de qualidade e por estoques limitados, ao passo que a demanda mantém seu viés de alta.

No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve alta de 80 pontos com 277,00 centavos, sendo a máxima em 281,15 e a mínima em 275,50 centavos por libra, com o julho tendo oscilação positiva de 75 pontos, com a libra a 279,15 centavos, sendo a máxima em 283,15 e a mínima em 278,00 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou alta de 17 dólares, com 2.613 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 17 dólares, com 2.453 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi distinto, com maior volatilidade na parte da manhã e com uma maior calma à tarde, quando as cotações se estabilizaram, com uma alta apenas modesta.

"O maio tem uma primeira resistência em 281,65 centavos, do começo do mês, mas ao longo do dia não conseguimos testá-la. Isso permitiu que alguns bearishs (baixistas) chegassem a lançar algumas ordens de venda, mas que também não tiveram prosseguimento.

O fato de fecharmos em alta dá um novo sinal de consistência ao mercado, mesmo em uma sessão sem grandes atrativos e com algumas rolagens, como a de hoje", disse um trader. No cenário externo, o café também encontra motivos para as altas. As commodities tiveram novo dia de alta no índice CRB e com o dólar voltando a recuar em relação a uma cesta de moedas internacionais.

"O mercado de commodities está refletindo em parte a ofensiva militar na Líbia e uma perspectiva que isso abre de menor risco para a interrupção de oferta de petróleo", disse Ben Westmore, analista do Banco Nacional da Austrália. As exportações conjuntas do grupo latino de países produtores de café tiveram alta de 19,27% nos cinco primeiros meses da atual safra, informou a Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala), entidade responsável pelas estatísticas do grupo. El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, México, República Dominicana, Peru e Colômbia remeteram 10.420.181 sacas ao exterior entre outubro de 2010 e o final de fevereiro passado.

No mesmo período do ano anterior as remessas somaram 8.6736.812 sacas. Apenas México e Guatemala registraram queda nas vendas ao exterior, sendo que os destaques no aumento dos embarques foram Honduras, com 50%, El Salvador, com 38%, Colômbia, com 28% e Costa Rica, com 20%. Durante a safra passada — outubro de 2009 a setembro de 2010 — os países remeteram 23.533.387 sacas ao exterior.

As exportações de café do Brasil em março, até o dia 18 somaram 1.079.340 sacas, contra 964.100 sacas registradas no mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.080 sacas indo para 1.585.040 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 12.094 lotes, com as opções tendo 2.706 calls e 2.637 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 281,15, 281,50, 282,00, 282,50, 282,90-283,00, 283,50, 284,00, 284,50, 284,90-285,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 275,50, 275,00, 274,50, 274,00, 273,50, 273,00, 272,50, 272,00, 271,50 e 271,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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