Saca de café arábica retoma patamar de R$ 500

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O café arábica está retomando as cotações acima de R$ 500 a saca, após um período em que os preços foram suplantados pelos do conilon. Segundo especialistas, o preço vem subindo em consequência da escassez desse último, já que, com a dificuldade em adquirir a variedade, as indústrias começam a aumentar o percentual de arábica nos blends.

“Eu não acredito que nenhum dos dois caia. O que deve acontecer é que, com uma demanda maior pelo arábica, isso pode fazer com que a variedade permaneça acima de R$ 500”, disse Thiago Ferreira, especialista de café da INTL FCstone.

A safra de café no Brasil foi 19% maior em 2016, na comparação com o ano anterior. A produção foi de mais de 51 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, enquanto a produção de arábica cresceu 35%, com mais de 43 milhões de sacas, a quebra da safra de conilon foi de 28%, com menos de oito milhões de sacas.

“A gente não teve grandes safras do conilon no Vietnã e indonésia no último ano. Por isso, o conilon se valorizou bastante”, disse Ferreira.

Safra 2017

Aqui no Brasil, a safra de 2017 deve ser menor por consequência da seca no espírito santo que foi a responsável pelas últimas quebras na produção do conilon, além do fato de ser um ano de bienalidade negativa, quando a colheita é menor.

Em São Paulo, o clima vem colaborando para o desenvolvimento de lavouras de café arábica e, se continuar assim, a expectativa é de uma boa colheita.

“A falta do conilon ajudou o produtor do arábica, principalmente nos preços dos cafés baixos e conseguimos ter um valor um pouco melhor, equilibrando. Infelizmente, perdão ao produtor de conilon, mas, se continuasse assim mais um ou dois anos seria bom para o produtor de arábica”, falou o técnico em cafeicultura da fazenda Tozan, José Donizete da Silva.

A volatilidade será a palavra de ordem para o mercado de café em 2017. Em breve, a importação pode ser autorizada e a exportação deve ser afetada ao longo do ano. “A gente provavelmente vai ter uma exportação menor, talvez em cima de uma possibilidade da indústria, concorrendo com o exportador para compor um pouco mais os blends que ela necessita fazer utilizando mais do arábica”, concluiu Ferreira.

Fonte: Canal Rural (Por Roberta Silveira)

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