Representantes do setor cafeicultor defendem políticas de valorização do café

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Parlamentares e representantes do setor cafeicultor defenderam (26) em comissão geral na Câmara uma maior valorização do café brasileiro pelo governo federal. Os participantes da comissão pediram uma política de preço mínimo da saca, mais financiamento e regulagem de estoque, entre outros pontos. Propostas voltadas ao setor estão reunidas no documento Pacto do Café – movimento que reúne o setor cafeeiro.

A reclamação geral é que o setor estaria abandonado pelo governo federal. O deputado Carlos Melles, do Democratas de Minas Gerais, que sugeriu o debate, criticou o que considerou uma falta de política dos governos Lula e Dilma.

"Acabou a política de café há 12 anos no Brasil. Em um mandato, passaram quatro ministros no Ministério da Agricultura. Cada um deles estava cheio de boa vontade ou não, mas não conseguiram fazer nada pelo café."

O preço da saca de café – hoje estabelecido em 307 reais – é considerado baixo pelos produtores e estaria acima dos custos de produção.

A sugestão de Breno Pereira de Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, é que o Brasil adote preços mínimos diferenciados conforme o sistema de produção.

"A cafeicultura mecanizada, ela trabalha com custos de produção de 320 a 340 reais. A cafeicultura montanhosa, maioria em Minas Gerais, no Espírito Santo, parte de São Paulo, Bahia e Paraná, tem custos de produção acima de 440 reais. Eu estou falando apenas do custo operacional efetivo, só daquilo que o produtor efetivamente desembolsa para produzir uma saca de café."

Breno de Mesquita também criticou o financiamento tardio do café. Apesar de neste ano terem sido aprovados mais de 4 bilhões de reais do Funcafé, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, para toda a cadeia produtiva, o dinheiro só foi liberado passada a colheita na maior parte das regiões produtoras.

O deputado Carlos Melles é autor de um projeto de lei (PL 1655/15) que destina parte dos recursos do Funcafé para a participação em um fundo garantidor de risco de crédito para cafeicultores e suas cooperativas.

A atividade cafeeira está presente em 15 estados brasileiros, empregando até 8 milhões de pessoas.

Fonte: Rádio Câmara (Reportagem de Noéli Nobre e foto de Gilmar Felix)

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