Reaproveitamento da água residuária do café para fertilização

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O reaproveitamento do resíduo líquido do descascamento do café pode suprir a necessidade de nutrientes e matéria orgânica em outros cultivos, diminuindo os custos com aplicações de fertilizantes minerais. Conduzidos pela Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com a Embrapa, os experimentos com a destinação alternativa serão observados em cafezais. A expectativa é que em dois anos seja comprovada a viabilidade da técnica, simplificando o processo com a utilização do próprio sistema de irrigação dessas lavouras para distribuir a água residuária.

Pesquisador da área de solo e nutrição de plantas do Incaper, Luis Carlos Prezotti explica que esse tipo de beneficiamento se justifica pela secagem dos frutos e qualidade cafeeira. Composta de água e polpa, encontrada entre a casca e o grão do café, a mistura resultante não pode ser despejada nos corpos hídricos. A exemplo de qualquer produto orgânico e nutritivo, esse descarte direto favorece o desenvolvimento de algas, que consomem o oxigênio dissolvido, atingindo diretamente a flora e a fauna local.

— Aqui no Estado, há uma resolução proibitiva da prática pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Atualmente, os produtores lançam essa água em lagoas de deposição. Existe a exigência de se bombear essa água para os locais mais elevados da propriedade, nos topos dos morros, de modo que seja absorvida pelo solo sem contaminar os lençóis freáticos — comenta.

Prezotti menciona a elaboração de uma publicação com os resultados parciais obtidos até o momento. Ele cita o acréscimo triplo da quantidade usual de biomassa nos trabalhos preliminares com milho em casa de vegetação, além da comprovada atuação satisfatória da substância nos experimentos com alface. 

Fonte: Portal Dia de Campo

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