Qualidade dos cafés do Brasil leva a crescimento na demanda por cursos de degustação

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Café, a bebida tradicional e conhecida no mundo inteiro, ganha cada vez mais adeptos que se entregam ao seu sabor único. O consumo crescente de cafés especiais no Brasil tem reflexo no aumento da procura por cursos de degustação da bebida. O pesquisador Flávio Borém, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), instituição do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, fala sobre essa mudança no perfil do consumidor brasileiro e sobre o aumento da demanda por capacitação na área.

Com o crescimento da produção de cafés especiais no país, aumentam a necessidade e o interesse tanto de profissionais como de consumidores usuais da bebida por cursos de degustação. "Nos últimos sete anos foram oferecidos somente cinco ou seis cursos para formação de degustadores de cafés especiais, pela Academia do Café, em Minas Gerais. Precisamos oferecer cursos com mais frequência e com o objetivo de aumentar o número de degustadores habilitados em cafés especiais", ressalta. Especialista na área, Borém desenvolve pesquisas sobre o tema com apoio do Consórcio Pesquisa Café, já participou de encontros internacionais e ministra cursos sobre classificação, degustação e qualidade, como fez no VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés, organizado pela Epamig, Ufla, UFV e Embrapa Café, instituições consorciadas.

Os cursos de degustação são divididos em três níveis, o primeiro é para iniciantes, pessoas que apreciam a bebida e querem aprender como degustar o café. No segundo nível, os cursos oferecem a formação de classificadores e degustadores do grão. E o último é para formação de degustador e classificador para cafés especiais, nesse caso, o aluno deve já ser especialista em cafés comuns. Os cursos são oferecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com duração de 400 horas, pelos Sindicatos do Café, com duração de 40 horas, ou pela iniciativa privada. Apesar de ser o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor, o Brasil tem apenas 52 profissionais certificados, enquanto existem mais de mil certificados em todo o mundo.

"Precisamos equiparar o café ao vinho de qualidade produzido hoje no Brasil, porque há trinta anos os brasileiros bebiam vinho de baixíssima qualidade e, atualmente, o brasileiro já consegue identificar os melhores vinhos. O mesmo processo deve acontecer com o café, inclusive, já se percebe uma mudança com a grande procura por cafés de qualidade", explica o pesquisador.

Fonte: CaféPoint

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