Quadro atual da cafeicultura é insustentável, diz Carvalhaes

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O café teve uma semana de desvalorização no mercado internacional. Da segunda-feira (19/08) até a sexta-feira (23/8), o contrato do tipo arábica para setembro caiu de US$ 1,19 para US$ 1,13 por libra-peso. O contrato de dezembro, o mais negociado, caiu de US$ 1,22 para US$ 1,17.

“A desvalorização do real levou a mais quedas nas bolsas de futuros”, avaliou o Escritório Carvalhaes em relatório de mercado divulgado semanlmente. “Especuladores e compradores procurando se apropriar da desvalorização do real e alguns exportadores reduzindo seus preços em dólares para tentar conquistar novas vendas.”

De acordo com Carvalhaes, a movimentação atual do mercado está transferindo renda dos cafeicultores no Brasil para as torrefadoras no exterior. “O produtor brasileiro, de um lado recebe a cada dia menos reais por sua produção e do outro assiste seus custos subirem vertiginosamente. O quadro é insustentável”.

No mercado interno, entre a segunda e a sexta-feira, o indicador Cepea/Esalq passou de R$ 289,76 para R$ 281,61 por saca de 60 quilos. No mês de agosto, a desvalorização do produto é de 1,45%, de acordo com o Cepea.

O Conselho Nacional do Café reforça a preocupação com o atual cenário da cafeicultura. De acordo com o CNC, a alta do dólar aqui no Brasil não está compensando a queda no preço do produto ao mesmo tempo em que pressiona os custos.

“Essa situação é muito preocupante, pois implica em maior desequilíbrio entre receitas e despesas, visto que a cafeicultura brasileira é dependente de fertilizantes e defensivos importados, cujos preços tendem a subir com o real mais fraco”, avaliou o CNC em nota divulgada nesta semana.

Funcafé

Oito bancos assinaram durante a semana contratos para a liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Segundo o CNC, até a sexta-feira (23/8) já tinham sido liberados R$ 957,6 milhões dos R$ 3,16 bilhões autorizados para repasse na safra 2013.

“À medida que esses recursos são liberados aos agentes financeiros para a posterior tomada por parte dos produtores, podemos evitar um excesso imediato de oferta de café. Essa é uma forma para que o cafeicultor, ao conseguir ordenar sua comercialização”, defende o Conselho Nacional do Café.

Fonte: Clic Folha (Globo Rural)

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