Projeto quer arrecadar doses de café para alunos de baixa renda em Brasília

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Equipe de estudantes da Universidade de Brasília, responsáveis pelo projeto Café Suspenso (Ana Rayssa/Esp.CB/D.A.Press)

Pela tradição, oferecer uma xícara de café é sinônimo de gentileza e hospitalidade. Quando entregue a um desconhecido, pode significar também solidariedade. Ao misturar o pó à dedicação de universitários, tem-se, então, o projeto Café Suspenso, que arrecada doses da bebida para estudantes que estão com o dinheiro contado para o ônibus ou para as cópias de textos. A proposta está em implantação na Universidade de Brasília (UnB), mas a ideia é de que se expanda para toda a cidade.

O Café Suspenso é inspirado em iniciativa semelhante desenvolvida em Nápoles, na Itália. Assim, ao apreciar um cafezinho, o cliente deixa outro pago em doação. Não é necessário indicar um nome para retirar o regalo, pois ele fica disponível a qualquer pessoa. O controle das doses doadas fica sob responsabilidade do estabelecimento e recomenda-se que o estoque esteja à vista dos clientes. “Para que o processo seja transparente”, explica um dos organizadores do Café Suspenso Brasília, Paulo Augusto Albuquerque, 20 anos.

A implantação, na UnB, é uma forma de atingir os dois públicos-alvo envolvidos: quem tem condições de doar e quem necessita de uma xícara de café, segundo a estudante do 5º semestre de publicidade e propaganda Brunna Luiza Lima, 19 anos. Ela é integrante da empresa-júnior Doisnovemeia, da Faculdade de Comunicação (FAC/UnB), e faz a divulgação do Café Suspenso na universidade. “Aqui, tem gente de todos os tipos, do mais rico ao mais necessitado; o que pode doar e o que pode receber. Por isso, nossa estratégia abrange os dois lados, até para orientar que as pessoas podem utilizar o serviço”, explica. O projeto ainda está em fase de produção e deve ser implantado a partir da próxima semana. “Estamos produzindo os banners, cartazes e folders”, afirma Brunna. O argumento da campanha pretende mostrar as oportunidades perdidas por causa do sono e do cansaço. “É um ônibus que se perde por dormir demais; uma aula a que se chega atrasado”, exemplifica a estudante.

Antes mesmo de começar a funcionar, o aroma do Café Suspenso já pôde ser sentido pelos corredores da UnB. Para a impressão do material gráfico, a equipe se valeu do financiamento coletivo. Em uma plataforma online de arrecadação, os estudantes conseguiram R$ 3.167 — a meta era de R$ 3 mil — em quase um mês de campanha. A mobilização virtual conquistou 75 apoiadores e espalhou a informação sobre o projeto. “Foi muito bom o financiamento coletivo para circulação do Café Suspenso, porque algumas pessoas vieram me perguntar se estava em funcionamento, quais os pontos que aderiram”, comenta Albuquerque.

Inicialmente, Paulo Augusto tentou conseguir o financiamento por meio da ajuda da família. “Falei com minha avó, ela demonstrou interesse, mas depois fez de conta que não era com ela”, brinca. Ao pedir apoio aos pais, recebeu o conselho de que a iniciativa seria boa o suficiente para atrair mais incentivadores. “No fim das contas, foi melhor o financiamento coletivo. Procurei os alunos da comunicação e eles me deram a maior força com a parte do marketing”, relata.

Dessa forma, cartazes serão colocados em áreas de grande circulação de pessoas para avisar do início do Café Suspenso. Nos estabelecimentos, um mural com a quantidade de cafés doados ficará visível aos clientes. A campanha usará também nas redes sociais, por meio do perfil Café Suspenso Brasília no Facebook, e do site www.cafesuspenso.com.br

Fonte: Estado de Minas

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