Projeção da Conab faz café subir 6,8% em NY

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As cotações do café fecharam com forte alta ontem na bolsa de Nova York, impulsionadas pela divulgação do segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2014/15 no país – a primeira a levar em conta os efeitos da seca e das altas temperaturas registradas em janeiro e fevereiro. A autarquia projetou uma colheita de 44,6 milhões de sacas de 60 quilos, 8,7% menos que o estimado em janeiro e 9,33% abaixo do ciclo 2013/14.

Na bolsa nova-iorquina, os contratos com vencimento em julho fecharam em alta de 6,84% (1.260 pontos), a US$ 1,968 por libra-peso. Desde o início do ano, os contratos de segunda posição do café em Nova York, normalmente os de maior liquidez, acumulam valorização de 74,24%, conforme o Valor Data.

A menor colheita estimada se deve à forte estiagem, às podas dos cafezais e à inversão de bienalidade em algumas regiões produtoras, informou a Conab. A projeção da autarquia considera uma alta de 13,49 % na produção de café robusta (conilon) ante à safra 2013/14, para 12,33 milhões de sacas, e uma queda de 15,81% para o arábica na mesma comparação, para a 32,23 milhões de sacas.

O volume de café arábica é muito próximo à projeção de 32,38 milhões de sacas divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta semana, observa Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP). O USDA estimou a produção total do grão no Brasil em 49,5 milhões de sacas, em queda de 8% sobre 2013/14.

Para Rodrigo Costa, diretor da Newedge, a alta na cotação do café arábica – que representa mais de 70% da produção total de café do Brasil – registrada ontem em Nova York apenas recuperou as perdas registradas na última semana. As recentes quedas foram causadas mais por motivos técnicos, explica ele.

Costa avalia que o mercado de café continuará muito volátil até o encerramento da colheita do grão, no segundo semestre. "Qualquer notícia ou dado novo que reforce a perda de produção deverá impactar de forma positiva o mercado".

Fonte: Valor Econômico (Por Fernanda Pressinott e Carine Ferreira)

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