Produtores de Uganda impulsionam consumo doméstico

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Foto: Henrique Peron/ Café Editora

Visando fazer com que as pessoas de Uganda consumam mais café ao invés de outras bebidas, como refrigerantes, os produtores de café do país apelaram ao governo pedindo uma campanha para estimular o consumo doméstico desse tradicional produto.

Por anos, o subsetor de café não conseguiu alcançar todo seu potencial, com o restrito mercado doméstico piorando as coisas. Falando no terceiro Fórum Nacional de Agricultura e Segurança Alimentar no hotel Sheraton, o diretor executivo da União Nacional do Agronegócio de Café e Empresas Rurais (NUCAFE), Joseph Nkandu, citou os baixos níveis do consumo doméstico como parte da razão pela qual o subsetor tem tido baixo desempenho.

“Precisamos trabalhar com o governo para aumentar o nível pelo qual nosso café processado é localmente consumido. Se mais café for consumido no mercado doméstico, isso encorajará os membros do setor a processar o grão”.

De acordo com estatísticas da Autoridade de Desenvolvimento de Café de Uganda (UCDA), a produção de café estagnou em cerca de três milhões de sacas por ano nos últimos 40 anos. Apenas 3% do café produzido no país é consumido localmente.

Dados mostram que o país produziu 3,58 milhões de sacas, no valor de US$ 433 milhões, no ano passado. Em 2012, 2,7 milhões de sacas de café, no valor de US$ 393 milhões, foram produzidas. Embora isso seja uma melhora, especialistas dizem que os números poderiam ser maiores se o setor recebesse mais suporte. Nkandu disse que houve uma quantidade significativa de receitas que seriam localmente geradas além daquelas vindas das exportações se o consumo doméstico fosse promovido.

Citando o Brasil, que é o maior produtor de café do mundo, Nkandu argumentou que a Uganda precisa seguir o exemplo do país sul-americano onde o consumo doméstico é de 50%. Ele explicou que isso foi conseguido após o governo brasileiro se identificar com o setor privado e promover o consumo.

“Na Uganda, onde a tecnolocia de processamento de café não é muito avançada, um quilo de café verde custa 4.000 xelim (US$ 1,52). Quando processado em café torrado e moído, produz não menos de 80 xícaras cada, significando que muito é perdido na venda de café bruto”.

Organizado pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas (EPRC), o fórum teve a intenção de informar o setor agrícola sobre o potencial da produção de café no norte de Uganda. O diretor executivo da UCDA, Henry Ngabirano, disse que eles gostam muito de encorajar as pessoas locais a tomar café implementando uma estratégia de consumo doméstico do produto.

A UCDA promove o café através de eventos e exibições locais e internacionais, relacionando companhias a negociantes locais de café. O presidente do Comitê Parlamentar de Agricultura, Mathias Kasamba, disse que o Parlamento garantirá que a recentemente lançada Política Nacional de Café seja rapidamente transformada em lei para impulsionar o crescimento no setor de café.

O café continua sendo o principal produto de exportação agrícola de Uganda, contribuindo com uma média anual de 20% das receitas totais de exportação na última década. Cerca de 1,5 milhão de famílias estão envolvidas na produção de café do país, de acordo com dados oficiais.

A reportagem é do http://allafrica.com/ Tradução por Juliana Santin
Em 27/06/14 – 1 Xelim de Uganda = US$ 0,00038
2.563,70 Xelim de Uganda = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

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