Procafé confirma perda de safra em Minas

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Pesquisa sobre perda de safra encomendada pelo CNC teve como objetivo eliminar as especulações de mercado (Foto: Eric Gonçalves)

O levantamento feito pela Fundação Procafé confirmou as perdas da safra de café em Minas Gerais e das demais regiões produtoras do país em 2014. A situação climática vivenciada no cinturão produtor, com falta de chuvas e altas temperaturas ao longo do primeiro bimestre, fez com que a produção recuasse 18% no país e 22% em Minas, principal Estado produtor do grão. Com a confirmação, a expectativa é de que os preços do grãos fiquem em torno dos R$ 450 por saca, com tendência de novas altas.

A pesquisa, que foi encomendada pelo Conselho Nacional do Café (CNC), teve como objetivo eliminar as especulações de mercado e fornecer dados corretos levantados após visitas de técnicos e de pesquisadores aos cafezais, trabalho in loco que não havia sido feito por nenhum instituto.

De acordo com os estudos do Procafé, tendo como base a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que previa uma safra entre 46,5 milhões e 50,1 milhões de sacas de 60 quilos -, para a safra 2014, dos quais 35 milhões a 37,4 milhões de sacas correspondem ao café arábica, foram observadas perdas de aproximadamente 18% sobre a produção desse tipo de café, com o volume total a ser colhido (arábica e conillon) recuando para um intervalo entre 40,09 milhões e 43,30 milhões de sacas.

Minas Gerais registrou perda média superior a 22% em relação ao primeiro levantamento da Conab, com a produção prevista, agora, entre 19,77 milhões e 20,97 milhões de sacas. Antes da interferência negativa do clima, a expectativa era colher entre 25,8 milhões e 27,4 milhões de sacas de 60 quilos.

O levantamento das perdas foi realizado pela equipe de técnicos especializados em cafeicultura da Fundação Procafé, visando estimar, de forma objetiva, os reflexos da estiagem quanto aos aspectos vegetativos e produtivos das lavouras, o que gerou a redução do tamanho e do peso dos frutos. O trabalho, feito em nível de campo, ocorreu ao longo de março, após a retomada de precipitações suficientes para o retorno do processo fisiológico normal dos cafeeiros, cessando, portanto, a maior parte dos efeitos do veranico.

De acordo com o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, a confirmação das perdas em níveis já esperados pelo mercado servirá para que as negociações do grão sigam dentro de um cenário mais real e menos especulativo.

"Com o resultado da pesquisa, acreditamos que o mercado vai trabalhar com números mais precisos e comprovados de forma técnica e científica. Isto é fundamental para acabar com o alarde no setor. Com a confirmação das perdas, nossa expectativa é que os preços da saca de 60 quilos fiquem em torno de R$ 450, com possibilidades de alta, já que também registraremos queda na produção de 2015", disse Brasileiro.

Regiões – Ainda segundo o levantamento, as regiões mais prejudicadas em Minas Gerais foram a Sul e a Oeste, onde a perda média foi de 30%, com a queda de 4 milhões a 4,2 milhões de sacas na safra 2014. A previsão inicial era colher entre 13,3 e 14,1 milhões de sacas. Na Zona da Mata a queda média será de 19,2% ou de 1,014 milhão de sacas.

No Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste, devido ao melhor regime de chuvas em relação a outras áreas do Estado e com muitas lavouras irrigadas, a perda média percentual estimada foi de 10% (630 mil sacas). O maior volume de café prejudicado estava nas áreas de sequeiro e nas sub-regiões mais quentes.

No Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas perda estimada foi de 12%, equivalente a um intervalo entre 70 e 80 mil sacas.

Fonte: Diário do Comércio (Michelle Valverde)

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