Preços internacionais do café ficaram quase estáveis em fevereiro

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O mercado internacional de  café se estabilizou ligeiramente em fevereiro passado, mas os preços  permaneceram em níveis muito baixos, segundo relatório mensal de mercado divulgado pela Organização Internacional do Café (OIC). 

A média mensal do  índice    composto  de preços da  OIC subiu 0,8% em fevereiro, para 111,75 centavos de dólar por libra-peso, mas o preço diário encerrou o mês em 110,07 centavos de dólar. De acordo com o relatório, o grupo de indicadores dos três arábicas fechou acima do mês anterior, mas  o robusta caiu  pelo quarto mês consecutivo para o menor nível desde maio de  2010. 

Segundo a OIC, a arbitragem entre as cotações em Nova York e em Londres em fevereiro ficou praticamente inalterada na comparação com janeiro, mas os diferenciais entre os grupos de três arábicas e o indicador do robusta aumentaram.  Além disso, os diferenciais entre os grupos arábicas e os preços futuros em Nova York aumentaram todos recentemente, sugerindo um potencial para altas de preços que ainda não tinham sido observados nos mercados futuros.

De acordo com a OIC, a falta de notícias em relação a fundamentos e as expectativas de um produção grande de café no Brasil na safra 2016/17 têm impedido qualquer rally significativo. Os estoques em países importadores foram recompostos, o que afasta preocupações imediatas em relação à oferta. A OIC lembrou ainda que sua estimativa inicial para o consumo mundial de café em 2015 sugere um crescimento estável para  152,1 milhões de sacas, ante 150,3  milhões em 2014.

A OIC destaca ainda que as exportações globais de café em janeiro deste ano somaram  9 milhões de sacas, apenas 0,8% acima do mesmo mês de 2015, embora as exportações totais  para os primeiros quatro meses do ano safra (outubro a janeiro) tenham subido 1,7% para 35,9 milhões de sacas. Conforme o relatório, as exportações do Brasil, que começaram baixas, com os embarques de janeiro recuando 10,2% na comparação com  um ano antes, sugerem que os estoques no país podem estar menores, embora isso  seja ainda signifique um volume grande de café.

A entidade destaca ainda que as exportações do Vietnã, que produz robusta, devem subir até   10,1% para 2,3 milhões de sacas.  Já a Colômbia continua a exportar volumes maiores,  com os níveis de produção para o primeiro terço do ano-safra já em 5,3 milhões de sacas.

O relatório também cita o aumento de registros de que o clima seco resultante do fenômeno El Niño pode afetar  a produção no Vietnã, Indonésia e  Colômbia nos próximos meses, ainda que qualquer déficit possa, provavelmente, ser compensado pelo aumento na produção esperada no Brasil e  América Central.

A OIC ressalta ainda que os estoques nos países importadores foram recompostos. O relatório cita dados da  Federação Europeia de Café reportando que os estoques de café verde somavam 11,9 milhões de sacas em dezembro de 2015, acima dos 11,5 milhões de um ano antes.  Ainda segundo a OIC, a Associação Americana de Café Verde também  reportou um aumento dos estoques, de 5,5 milhões de sacas para 5,8 milhões de saca, o que dá aos torrefadores uma “decente reserva” contra qualquer preocupação com a disponibilidade de café no curto prazo. 

Fonte: Valor Econômico

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