Preço do café arábica segue em queda em maio, avalia Cepea

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Pelo segundo mês consecutivo, os preços do café arábica caíram no mercado interno. A queda esteve atrelada ao baixo volume de negócios durante a maior parte de maio. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi de R$ 460,36/saca de 60 kg, 1,36% inferior à de abril, mas ainda 9,11% superior à do mesmo período do ano passado.

Já no mercado externo, a média dos contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) avançou 1% no mês, fechando a 125,72 centavos de dólar por libra-peso no dia 31. O dólar se desvalorizou 0,37% em maio, com média de R$ 3,53 no mês.

Estoque de passagem deve ser o menor desde 2011/12
Faltando dois meses para o fechamento da temporada de exportação 2015/16, cálculos do Cepea indicam que os estoques brasileiros de passagem devem ser reduzidos pela segunda safra consecutiva. A estimativa do Cepea levou em consideração dados de estoques e de oferta nacionais divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a temporada 2015/16 e de consumo doméstico da Abic (Associação Brasileira das Indústrias de Café).

O USDA indica que o Brasil teria disponível 58,8 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2015/16 (estoques entrada + produção). Desse volume, descontando-se o consumo doméstico de 20,5 milhões de sacas (quantidade apontada pela Abic para o ano de 2015) e exportações de 34 milhões de sacas, os estoques de passagem poderiam se aproximar de 4 milhões de sacas ao final da temporada – pouco acima dos observados na safra 2011/12.

Considerando-se os embarques brasileiros até abril (acumulado da temporada 2015/16, de julho/15 a abril/16), os envios totais de café somam 30,45 milhões de sacas (considerando-se arábica e robusta), volume apenas 2% inferior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Cecafé (Conselho de Exportadores de Café do Brasil).

Vale lembrar, no entanto, que os embarques em toda a safra 2014/15 atingiram volumes recordes – foram 36,5 milhões de sacas exportadas. Dados do USDA, por sua vez, mostram que os estoques brasileiros vêm caindo desde a temporada 2013/14 (quando foram de 11,95 milhões de sacas) e tudo indica que os estoques na safra 2015/16 sejam ainda mais baixos.

Segundo o USDA, o menor estoque brasileiro das últimas safras foi de 2,24 milhões de sacas (na temporada 2011/12). A atual baixa oferta de café, especialmente de grão de alta qualidade, por sua vez, pode limitar os embarques neste final de temporada 2015/16. Já para o segundo semestre, exportadores têm expectativa de que a entrada da nova temporada eleve o volume de café de maior qualidade – até o momento, o clima vem favorecendo a produção nacional de arábica. A maior produção prevista para safra 2016/17, contudo, não é um indicativo de recuperação nos estoques finais (em junho/17).

Outros importantes países produtores não devem registrar elevada oferta para exportação. O Vietnã, maior produtor de robusta, já indicou que deve ter redução de 30% na produção da temporada 2016/17. A Colômbia ainda sofre com os efeitos do El Niño, segundo informa a FNC (Federação Nacional de Cafeicultores), visto que o elevado volume de café de baixa qualidade tem reduzido os embarques do país colombiano na atual temporada. Nos países africanos e na Indonésia, os embarques da safra 2016/17 também podem ser limitados, devido à crescente demanda interna (de consumidores africanos e indonésios).

Fonte: Cepea via CNC

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