PR: tecnologia, a receita da sobrevivência

Imprimir

As dificuldades enfrentadas pelos cafeicultores do Paraná não desanimaram os integrantes da família Rosseto, de Mandaguari, norte do Estado. Desde 1953 esses descendentes de italianos vivem da cultura no município e, hoje, possuem cerca de 1 milhão de pés de café, espalhados por 168 hectares. "Nunca passou pela nossa cabeça desistir. É o que sabemos fazer", diz José Carlos Rosseto, de 52 anos, que aprendeu a gostar do grão com o pai e agora conta com a ajuda dos filhos na lavoura.

A opção pela cafeicultura levou a família a investir em tecnologia para aumentar a produtividade e para facilitar a colheita. No começo, eles colhiam de 10 a 20 sacas de café por hectare e, atualmente, a produção média é de 50 sacas beneficiadas por hectare. Há dois anos, os Rosseto começaram a fazer irrigação, que já chega a 70% da área. Agora, acabaram de comprar uma máquina para colheita, que vai ser usada pela primeira vez nos próximos dias.

"Temos dificuldade para conseguir mão de obra", explica José Carlos, sobre o pagamento de R$ 360 mil feito pelos tios, irmãos e primos no equipamento. Antes, todo o trabalho era feito manualmente e, em 2012, a máquina vai ser usada em 40% da propriedade. Mesmo assim, serão necessárias 25 pessoas da família e mais 50 de fora para dar conta da tarefa.

José Carlos Rosseto conta que foi criado no meio do café junto com os parentes, enfrentou muitas geadas, mas conseguiu criar os filhos e se sustentar com o grão. Segundo ele, a família chegou a plantar feijão e milho, mas no meio do café. Em 2000, por exemplo, geou e foi precisar cortar muitos pés. "Sabemos que a cada dez anos, mais ou menos, ocorre geada forte e nos preparamos para enfrentá-la (…) Ela acaba com tudo e sempre começamos de novo".

Toda a produção é vendida para a cooperativa Cocari, que fica na cidade. O café dos Rosseto é considerado o melhor do Paraná e um dos melhores do país. As mulheres da família fazem doces com o produto e participam de competições locais. Todos moram no sítio. "Para mudar de atividade é preciso se reestruturar", comenta. "Nossa propriedade não é grande e, se fôssemos plantar soja, não daria para o sustento de todos".

Fonte: Valor Econômico

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *