Mercado externo pressiona e café tem dia de forte perda na ICE

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com fortes perdas. Após uma nova onda de volatilidade na parte da manhã, o mercado passou a ser pressionado com liquidações mais efetivas de especuladores e de fundos, sem, contudo, fazer com que a posição julho rompesse o intervalo psicológico de 260,00 centavos por libra.

A bolsa nova-iorquina foi fortemente influenciada pelo cenário externo, que teve altas expressivas do dólar em relação a outras moedas internacionais, o que estimulou muitos participantes a realizar novas vendas. O índice CRB, que mede a média do comportamento de 14 diferentes commodities, teve um dia de baixas expressivas, caindo, ao final do dia, mais de 2,20%.

A crise na Grécia, que teve um dia de confrontos nas ruas e de discussão sobre um pacote de austeridade econômica, foi um dos fatores mais consistentes para a pressão no mercado global, o que afetou diretamente as commodities.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve baixa de 660 pontos com 262,65 centavos, sendo a máxima em 270,00 e a mínima em 260,35 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 645 pontos, com a libra a 265,85 centavos, sendo a máxima em 273,00 e a mínima em 263,45 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 40 dólares, com 2.387 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 41 dólares, com 2.432 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, mesmo com as baixas desta quarta-feira, o mercado flutua em um range tecnicamente neutro, com uma zona de suporte bem definida e com uma zona de resistência também conhecida.

Analisando as ações realizadas nas últimas seis semanas, o setembro conseguiu atingir níveis próximos das máximas de 14 anos no começo de maio, mas as forças bullish (altistas) não conseguiram forças para manter o cenário.

Os bears (baixistas) assumiram o controle das ações de curto prazo, pressionando o contrato de setembro, que recuou de 311,40 centavos para a mínima de 256,95 centavos, alcançada em 2 de junho. Contudo, desde 20 de maio o mercado tem flutuado num cenário mais neutro, entre uma resistência de 276,75 centavos (alta de 3 de junho) até a área de 261,50/256,95 centavos (baixas de 20 de maio e 2 de junho).

Uma pressão de venda foi observada recentemente, levando o mercado a uma importante zona de suporte, próximo da mínima de 5 de abril, em 259,40 centavos. O mercado efetivamente testou tal área, mas falhou ao sustentar a baixa, sem um suporte técnico para tanto, o que permitiu um reaquecimento, ao menos de curto prazo.

Olhando o cenário de longo prazo, o que depreende é ainda um cenário bastante altista, uma vez que o café conseguiu um salto de 132,55 centavos em junho de 2010 até ir além dos 300,00 centavos em maio deste ano. Ou seja, as baixas processadas entre maio e junho nada mais são do que simples correções. Para Paul Hare, vice-presidente executivo do Linn Group, alguns pontos podem ser detectados na formação gráfica semanal do café. "Para uma perspectiva de longo prazo podemos trabalhar fora do range atual e irmos para baixo.

No entanto, para isso seria necessário que encerrássemos abaixo dos 260,00 centavos", disse. Na semana de 6 de maio, o café atingiu as máximas de 14 anos, mas uma inversão foi verificada e algumas baixas expressivas se formaram, num sinal baixista. No entanto, na semana de 3 de junho, no mesmo quadro gráfico, uma formação altista voltou a ser observada.

Entre altas e baixas, o mercado apenas ampliou ligeiramente o range na última semana, o que foi considerado um sinal positivo, mas que, na seqüência, uma estabilização foi registrada. Para o curto prazo, Hare disse que o café mostra uma tendência de manutenção do range das últimas semanas.

Ele sustentou que o RSI (Índice de Força Relativa) verificado recentemente gira em torno de um patamar de 50, o que pode ser traduzido como "neutro". "Acredito que no curto prazo vamos manter esse estabilidade. Penso que seria interessante ser vendedor entre 275,00 e 280,00 centavos e cobriria posições short em torno dos 260,00 centavos", concluiu.

Os estoques de café nos Estados Unidos tiveram uma alta de 75.366 sacas no final de maio, totalizando 4.426.657 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de abril, os estoques do país eram de 4.351.291 sacas. A maior alta de estoques foi verificada no armazém de Nova Iorque, com aumento de 162.755 sacas, com o aumento nos armazém de São Francisco sendo de 38.953 sacas. A maior retração foi observada no armazém de Nova Orleans, com baixa de 65.437 sacas.

As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 14, somaram 528.990 sacas, contra 791.343 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 625 sacas indo para 1.670.925 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.467 lotes, com as opções tendo 3.501 calls e 3.240 puts.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 270,00, 270,50, 270,65, 270,75, 271,00, 271,50, 272,00 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50 e 274,90-275,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 260,35, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00, 256,50, 256,00, 255,50 e 255,10-255,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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